A Ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta terça-feira (6), foi vista com um tom mais hawkish, por Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter. Segundo ela, a declaração do Comitê de que “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta” reforça uma postura mais rígida.
No entanto, ela aponta sinais mistos, já que o Copom também considera a manutenção da Selic apropriada para o cenário atual.
A economista ressaltou a discrepância entre as expectativas de mercado e as previsões do Boletim Focus. Enquanto a curva de juros precifica até três altas consecutivas em 2024, o Focus prevê a manutenção da Selic.
“Além disso, a ata enfatizou preocupações fiscais, indicando que a evolução recente aumenta a percepção de risco, impactando juros e câmbio, além de elevar as expectativas de inflação”, destaca.
Vitória também destacou a importância do câmbio como variável crucial para a política monetária futura.
“Com possíveis cortes maiores pelo Fed, o câmbio pode acomodar, reduzindo a pressão inflacionária e favorecendo a manutenção da Selic. No entanto, uma piora no cenário inflacionário poderia levar a novas altas nos juros”, conclui.