Economia

Bancada do Agro sugere 20 medidas para reduzir preços dos alimentos

Entre as propostas, estão a revisão de tributos sobre insumos e melhorias logísticas

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A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), também conhecida como Bancada do Agro, enviou um ofício aos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Casa Civil, Rui Costa, contendo 20 sugestões para reduzir os preços dos alimentos no Brasil.

As propostas foram elaboradas por entidades do setor ligadas ao Instituto Pensar Agro (IPA). O objetivo é conter a inflação alimentar e garantir maior previsibilidade e competitividade ao setor agropecuário no longo prazo.

Soluções imediatas e estruturais

Segundo a FPA, a alta dos preços dos alimentos exige ações emergenciais, mas também reformas estruturais. A instituição defende um ambiente econômico favorável para a produção agrícola.

O presidente da FPA, deputado federal Pedro Lupion (PP-PR), enfatizou a necessidade de investimentos em infraestrutura, ampliação do crédito rural e ajustes na política fiscal.

“Apresentamos soluções imediatas para amenizar o sofrimento da população, que vê os preços dos alimentos subindo constantemente, e do produtor, que enfrenta desafios para manter sua produção e pagar suas contas. No entanto, também precisamos reestruturar nossa estratégia econômica para evitar distorções de mercado que prejudiquem a competitividade do agro brasileiro”, afirmou Lupion.

Propostas da Bancada do Agro

As 20 medidas sugeridas pela FPA estão divididas em curto, médio e longo prazos.

Entre as ações imediatas estão a revisão da tributação sobre fertilizantes e defensivos agrícolas, a redução temporária do PIS/Cofins sobre insumos essenciais, como trigo e óleo vegetal, e a simplificação de processos alfandegários para acelerar a liberação de mercadorias.

Já as propostas de médio e longo prazos incluem a ampliação do crédito rural, a expansão da malha ferroviária e hidroviária, a recuperação de rodovias estratégicas e a construção de novos armazéns para minimizar oscilações de preços.

Além disso, a bancada sugere incentivos à produção nacional de fertilizantes e bioinsumos para reduzir a dependência de importações.

Inflação dos alimentos preocupa o governo

Os preços dos alimentos seguem em alta, impactando diretamente o orçamento das famílias brasileiras. Em 2024, a inflação acumulada no grupo “Alimentação e Bebidas” chegou a 7,69%, acima da inflação geral, que ficou em 4,83%, segundo o IBGE.

Entre famílias com renda de até cinco salários mínimos, os gastos com alimentação representam cerca de 25% das despesas mensais. Já para aquelas que ganham até dois salários mínimos, esse percentual ultrapassa 30%.

O governo federal atribui a alta dos alimentos a fatores como fenômenos climáticos extremos e à valorização do dólar, que superou os R$ 6,00 no final do ano passado, antes de recuar no início deste ano.

Como estratégia para conter os preços, a principal aposta do governo é a “supersafra” agrícola prevista para 2025, descartando medidas como o tabelamento de preços.

Reuniões no governo para discutir o tema

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, realiza nesta quinta-feira (6) reuniões com representantes do setor de alimentos e outros ministros para discutir medidas para conter a inflação alimentar.

Durante os encontros, portanto, serão avaliadas propostas apresentadas por produtores rurais e empresários do setor varejista.

Após essas reuniões técnicas, o presidente Lula deve convocar sua equipe econômica para definir um plano de ação. Contudo, a preocupação com a alta dos alimentos reflete diretamente na popularidade do governo, tornando o tema uma das prioridades do Planalto.