Em meio à crise

Cobrança adicional na conta de luz: bandeira tarifária deve vigorar até o fim de 2024, admite Aneel

Em setembro, a Aneel acionou a bandeira vermelha patamar 1, que representa um acréscimo de R$ 4,463 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos

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O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, revelou nesta quarta-feira (18) ter a expectativa de que a cobrança adicional da bandeira tarifária permaneça nas contas de luz dos consumidores até o fim de 2024.

Isso significa que a fatura pode continuar a apresentar as cores amarela ou vermelha, sem perspectiva de retorno à bandeira verde, que implica em isenção de cobrança adicional, neste ano.

“Há uma grande tendência de que ela permaneça entre amarela e vermelha até o fim do ano”, afirmou Feitosa a jornalistas, após participar do 2º Seminário Nacional dos Consumidores de Energia, realizado em Brasília (DF).

Cobrança da bandeira vermelha

Em setembro, a Aneel acionou a bandeira vermelha patamar 1, que representa um acréscimo de R$ 4,463 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

Para a bandeira amarela, o custo adicional foi de R$ 1,885 por 100 kWh.

A agência havia considerado a bandeira vermelha patamar 2, com uma cobrança extra de R$ 7,877 por 100 kWh, mas decidiu reverter essa ação após detectar inconsistências nos dados fornecidos pelo setor.

Preocupações com o fornecimento de energia

Durante a coletiva, Feitosa expressou que a Aneel não foi consultada sobre as medidas científicas que são implementadas para assegurar o fornecimento de energia, especialmente diante da grave estiagem que afeta alguns rios no Norte do Brasil, onde estão localizadas grandes hidrelétricas.

Além disso, existem incertezas associadas às mudanças climáticas, que foram exacerbadas por queimadas em áreas de preservação ambiental.

“Nesta quinta-feira (19), o Operador Nacional do Sistema (ONS) apresenta um plano de contingência, denominado ‘plano antiapagão’, solicitado pelo Ministério de Minas e Energia (MME)”, anunciou.

Níveis de reservatórios e queimadas

Feitosa comentou que os níveis dos grandes reservatórios estão atualmente em cerca de 50% de sua capacidade, o que oferece “algum conforto” para enfrentar a temporada de seca.

Quando questionado se as queimadas registradas em todo o país poderiam impactar a quantidade de água nos reservatórios, o diretor-geral da Aneel respondeu: “certamente, sim”.

Efeitos das queimadas nos mananciais

“Não sou especialista em hidrologia, nem em clima, mas certamente quando tem mais queimadas, isso afeta os mananciais, reduz a Energia Natural Afluente, a água que chega [às hidrelétricas]. E tem toda a questão sistêmica desses gases com o meio ambiente”, completou Feitosa.

As informações são do jornal Valor Econômico.