Análises

BC reconhece que inflação se aproxima da meta; analistas avaliam próximos passos da autarquia

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou mais um corte de 0,50 p.p., para 11,75% ao ano

Sede do Banco Central em Brasília - Foto: Raphael Ribeiro/BCB
Sede do Banco Central em Brasília - Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Na última quarta-feira, 13 de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou mais um corte de 0,50 ponto percentual (p.p.) na taxa básica de juros (Selic). Agora a Selic encerra o ano em 11,75%. a.a. 

Esta é a quarta queda consecutiva na taxa após três anos de sucessivas altas.

Em comunicado, a autarquia afirmou que o conjunto dos indicadores de atividade econômica segue consistente com o cenário de desaceleração da economia antecipado pelo Copom.

"A inflação cheia ao consumidor, conforme esperado, manteve trajetória de desinflação, com destaque para as medidas de inflação subjacente, que se aproximam da meta para a inflação nas divulgações mais recentes", diz o BC. 

Análise

Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, destacou que, em comunicado, o BC indicou que as medidas de inflação subjacente se aproximam da meta. 

"Se a percepção é que as medidas de núcleo estão se aproximando da meta, isso também sugere que o BC está reavaliando o grau necessário de restrição adequado ao final do ciclo. Inicialmente, tínhamos uma projeção de Selic terminal em 9,5%, mas os eventos de hoje nos levam a revisar para algo entre 8,5% e 9,0%", afirma a economista. 

Para o economista Carlos Eduardo Lopes, do banco BV, a aceleração do ritmo de corte nos próximos meses ainda parece improvável.  

"Apesar da melhora recente dos riscos para a inflação, acreditamos que a manutenção do ritmo nas próximas reuniões é a estratégia mais adequada diante das incertezas fiscais e das expectativas ainda acima da meta", ressalta.