
O Ministério das Relações Exteriores da China elogiou o Brasil como “uma grande potência aeronáutica” nesta quarta-feira (16), em meio a informações sobre a suspensão de compras de aviões da Boeing por companhias chinesas.
A declaração foi dada pelo porta-voz do ministério, Lin Jian, durante entrevista coletiva em Pequim. Ele foi questionado sobre a reportagem da Bloomberg, divulgada na terça-feira (15), que apontava que autoridades chinesas teriam orientado empresas aéreas a suspender entregas da fabricante norte-americana.
“Não tenho conhecimento dos detalhes e encaminho a questão às autoridades competentes”, disse Lin Jian, sem confirmar a suspensão.
Parceria com o Brasil
Mesmo que tenha evitado comentar diretamente o impasse, o porta-voz destacou a relação entre os dois países. “Atribuímos importância à cooperação prática com o Brasil em vários campos, inclusive a aviação”, afirmou.
O diplomata enfatizou que a colaboração entre China e Brasil se deu com base em princípios de mercado.
Embora a Embraer, fabricante brasileira, seja a terceira maior do mundo em aviões comerciais, seus modelos – de menor porte – não concorrem diretamente com os jatos de longo alcance da Boeing.
Disputa comercial
A possível suspensão das compras de aeronaves ocorre em meio à escalada das tensões comerciais entre China e Estados Unidos.
Lin Jian criticou a postura do governo norte-americano.
“Os EUA não estão em posição de apontar o dedo para a cooperação entre a China e os países”, declarou.
A retaliação chinesa surge após o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump (Republicano) ter instituído tarifas sobre produtos importados em 2 de abril.
Em resposta, Pequim elevou tarifas para até 125% em mercadorias dos EUA, inclusive peças e aeronaves.
A Casa Branca anunciou na noite de terça-feira (15) que pode impor tarifas de até 245% sobre certos produtos chineses, e aprofundou a disputa entre as duas potências.
As informações são do site Poder 360.