
Nesta quarta-feira (20), o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual.
A Selic passou de 11,25% ao ano para 10,75% a.a., menor patamar da taxa desde março de 2022.
Em comunicado, a autarquia antecipa um corte da mesma magnitude na próxima decisão de juros, se confirmado o cenário esperado.
"O Comitê enfatiza que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica", diz o comunicado.
As projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência situam-se em 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025. As projeções para a inflação de preços administrados são de 4,4% neste ano e 3,9% no próximo.
Vinicius Romano, especialista em Renda Fixa da Suno Research, destacou que, diferente da reunião de janeiro de 2024, a autoridade monetária retirou o plural do termo “próximas reuniões” de seu comunicado, prevendo apenas mais um corte de 0,50 p.p. na próxima reunião, em função da elevação da incerteza e da sua necessidade de maior flexibilidade.
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, um corte de 0,50 p.p. ainda é possível em junho. O primeiro semestre pode se encerrar em dois dígitos.
"O ciclo continua e o real se fortalece. Se a gente continuar vendo a inflação ruim, o processo pode ser complicar para o Banco Central brasileiro", ressalta.
O que muda na Renda Fixa?
"O impacto dessa decisão do Copom para os ativos de renda fixa brasileiros, no âmbito de alocação entre os três tipos de remuneração (títulos pós-fixados, prefixados e indexados à inflação), nos faz entender que, apesar do ciclo de queda, o patamar atual da taxa Selic ainda proporciona uma boa relação risco x retorno para os pós-fixados", pontua Romano.