Economia

CPI dos EUA em fevereiro reforça apostas por cortes de juros em junho, diz economista

Gastos com habitação e gasolina combinados contribuíram com mais de 60% para o crescimento do CPI, observou Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research

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O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA registrou um aumento mensal de 0,44% em fevereiro, ligeiramente acima das expectativas do mercado. No acumulado de doze meses, o índice subiu de 3,10% em janeiro para 3,20% em fevereiro.

O núcleo da inflação apurou um aumento mensal de 0,36%, em comparação com os 0,30% previstos, e nos últimos doze meses situa-se em 3,80%, em comparação com os 3,90% de janeiro – o menor valor desde maio de 2021.

No mês, os gastos com habitação e gasolina combinados contribuíram com mais de 60% para o crescimento do CPI, observou Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.

“Apesar dos dados terem ficado ligeiramente acima do esperado, o aumento do índice nos últimos doze meses e a estabilidade do núcleo indicam um cenário inflacionário com maiores dificuldades em convergir para a meta de longo prazo de 2,0%”, apontou Sung.

Por outro lado, o Federal Reserve acompanha mais de perto o Índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal (PCE) e, atualmente, encontra-se em níveis menores – 2,4% o índice cheio e 2,8% o seu núcleo.

O economista ressalta também que a taxa de desemprego aumentou e os salários moderaram na margem.

“Diante deste cenário do CPI e das incertezas sobre a evolução da inflação e do mercado de trabalho, o banco central deve adotar uma postura cautelosa na reunião da próxima semana”, avalia Sung.

No cenário-base da Suno Research, analistas contemplam cortes no segundo trimestre deste ano. A probabilidade de cortes em maio diminui, enquanto a de junho aumenta.