As taxas de juros do novo modelo de crédito consignado privado estão acima das praticadas na modalidade tradicional, baseada em convênios entre bancos e grandes empresas, informou uma reportagem do jornal Valor Econômico. Nos primeiros dias de operação, os juros variaram entre 3% e 6% ao mês, enquanto, na linha anterior, a média girava em torno de 2,90%.
Ao lançar o novo programa, o governo estimava que os juros seriam até 40% mais baixos que os juros do crédito pessoal sem garantia, cuja média chega a 6,10% ao mês, o que representaria taxas próximas de 3,70%.
Contudo, com os valores acima do esperado, o governo Lula modificou sua comunicação sobre o consignado privado e passou a alertar a população quanto às elevadas taxas cobradas pelas instituições financeiras.
Em nota divulgada na quarta-feira (2), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) destacou a liberação de R$ 3,10 bilhões em empréstimos consignados para 500,10 mil trabalhadores. Pela primeira vez, o balanço trouxe o seguinte alerta:
- – “O Governo Federal recomenda atenção às taxas antes da contratação”. Mais adiante, o comunicado reforça: “O Governo Federal reforça a orientação para que os trabalhadores comparem as taxas de juros antes de contratar um empréstimo, façam a operação com cautela e priorizem o uso do crédito para quitar dívidas”.
Alta demanda pelo novo crédito consignado surpreende até o governo
O ritmo acelerado de concessão surpreendeu até os mais otimistas dentro do governo. “Em 20 anos do consignado anterior, a concessão de empréstimos totalizou R$ 40 bilhões. Em pouco mais de duas semanas, já há R$ 3 bilhões em empréstimos”, afirmou uma fonte do alto escalão ao jornal Valor Econômico.
Com a forte demanda, grandes bancos como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (BBAS3) anteciparam sua entrada no programa. Juntos, já são responsáveis por 60% dos contratos firmados até agora.
No total, foram firmados 501,30 mil contratos, com parcela média de R$ 350,11 e prazo médio de dezoito meses. O valor médio do crédito concedido soma R$ 6.284,45. O MTE, no entanto, deixou de divulgar o número de simulações feitas — o último dado, de março, registrava 64,70 milhões.
As informações são do jornal Valor Econômico.