As declarações pré-preenchidas do Imposto de Renda de Pessoa Física em 2024 atingiram 41% do total de 42,4 milhões de envios realizados por contribuintes brasileiros para a Receita Federal até às 23h59 do dia 31 de maio.
O índice é 71,5% maior que o verificado em 2023, quando as pré-preenchidas chegaram a 23,9%. O número revela uma continuação na tendência de alta no uso desse recurso. Ainda assim, de 2022 para 2023 o aumento foi maior, de 223%. As informações constam em levantamento feito pela KPMG no site da Receita Federal do Brasil.
Os contribuintes de São Paulo foram os que menos usaram as declarações pré-preenchidas em 2024. O índice de utilização desse recurso por parte dos paulistas foi o menor (37,5%) entre todas as Unidades Federativas do Brasil.
Os outros indicadores mais baixos foram os seguintes: Pará (38,7%) Rio de Janeiro (39%) e Sergipe (39,8%). Ainda sobre 2024, os maiores usos das pré-prenchidas foram de contribuintes do Distrito Federal (54,4%), Tocantins (47,5%), Piauí (46,8%), Rondônia (46,7%) e Santa Catarina (46,1%).
“A declaração pré-preenchida tem sido vantajosa, pois viabiliza o acesso direto dos contribuintes aos dados que foram disponibilizados pelas instituições à Receita Federal. Além disso, as pessoas que optaram por esse recurso são incluídas nos grupos com prioridade para receberem a restituição. Ainda assim, importante destacar que o contribuinte tem a responsabilidade de conferir e alterar, se necessário, todas as informações caso tenha encontrado inconsistências entre os dados pré-preenchidos e as informações reportadas”, afirma Janine Goulart, sócia da KPMG no Brasil.
Os dados da Receita Federal também mostram uma estabilidade no imposto a restituir (60% em 2023 e 60% em 2024), impostos a pagar (19,8% em 2023 e 20,5% em 2024) e sem imposto (19,7% em 2023 e 18,9% em 2024).
As informações disponibilizadas também revelam que menos mulheres, na comparação com homens, entregaram declarações em 2024. Apesar disso, o número vem aumentando a cada ano, embora de forma lenta, tendo registrado alta de 43,5% em 2023 para 43,9% em 2024. O número de declarações de saída do país também está diminuindo nos últimos anos. Foram 68.009 em 2022, 64.572 em 2023 e 56.166 em 2024.
Outro destaque, segundo a KPMG, está no aumento significativo no número de pessoas e no montante do saldo de imposto a pagar sendo destinado para causas sociais. A maior parte das pessoas (59%) em 2024 optou por doar para Fundos da Criança e do Adolescente, seguida por Fundos da Pessoa Idosa (41%).
“O aumento no número de pessoas que destinam parte do seu saldo de imposto para fundos da criança, do adolescente e do idoso, reflete uma crescente preocupação e conscientização social em contribuir para o bem-estar desses grupos vulneráveis, demonstrando uma maior preocupação dos brasileiros com a responsabilidade social”, finaliza Janine Goulart.