O setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 19,0 bilhões em fevereiro de 2025, resultado melhor do que o observado no mesmo mês do ano anterior, quando o rombo somou R$ 48,7 bilhões. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (8) pelo Banco Central (BC).
O desempenho foi puxado pelo Governo Central, que apresentou déficit de R$ 28,5 bilhões. Em contrapartida, os governos regionais contribuíram com superávit de R$ 9,2 bilhões, e as empresas estatais, com saldo positivo de R$ 299 milhões.
No acumulado de doze meses, o déficit primário soma R$ 15,9 bilhões, o equivalente a 0,13% do Produto Interno Bruto (PIB) — 0,25 ponto percentual abaixo do resultado registrado até janeiro.
Apesar da melhora no resultado primário, os juros nominais continuam pressionando as contas públicas.
Em fevereiro, os juros nominais apropriados por competência somaram R$ 78,3 bilhões, ante R$ 65,2 bilhões no mesmo mês de 2024.
O aumento decorre da alta na taxa Selic, do maior número de dias úteis e do crescimento da dívida. No acumulado em doze meses, os juros nominais alcançaram R$ 924,0 bilhões, ou 7,78% do PIB.
Com isso, o resultado nominal — que inclui o saldo primário e os juros — foi deficitário em R$ 97,2 bilhões no mês. Em doze meses, o déficit nominal acumulado atingiu R$ 939,8 bilhões (7,91% do PIB), levemente abaixo dos R$ 956,5 bilhões (8,10% do PIB) registrados até janeiro.
Dívida pública segue em alta
A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 61,4% do PIB em fevereiro, totalizando R$ 7,3 trilhões.
A alta de 0,3 ponto percentual no mês refletiu principalmente os efeitos dos juros nominais (alta de 0,7 p.p.) e do déficit primário (alta de 0,2 p.p.), parcialmente compensados pelo crescimento do PIB nominal (queda de 0,3 p.p.) e pela variação da dívida externa líquida.
Já a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que inclui União, INSS e governos regionais, chegou a 76,2% do PIB (R$ 9,0 trilhões), alta de 0,5 ponto percentual em relação a janeiro.
O avanço também foi puxado pelos juros nominais e por emissões líquidas de dívida.
No acumulado do ano, no entanto, a DBGG apresenta recuo de 0,3 p.p. do PIB, influenciada pelo crescimento da economia e pelos resgates líquidos.