Economia

Dólar dispara para acima de R$ 5,60: China, eleições e setor de tecnologia nos EUA e meta fiscal no Brasil influenciam câmbio

Investidores monitoram a participação de Roberto Campos Neto (RCN), presidente do Banco Central (BC), no evento Blockchain Rio

-
-

ATUALIZAÇÕES:

  • – 12:02: Dólar comercial (compra): +0,59%, cotado a R$ 5,618.
  • – 11:16: Dólar comercial (compra): +0,93%, cotado a R$ 5,637.
  • – 9:07: Dólar comercial (compra): +0,31%, cotado a R$ 5,601.

Nesta quarta-feira (24), o dólar comercial (compra) encerrou em alta de 1,25%, cotado a R$ 5,65.

Analistas avaliam que a depreciação do real está ligada à imprevisibilidade das eleições presidenciais nos EUA e às incertezas em torno da demanda de commodities na China.

No pano de fundo, influencia ainda a percepção de que a meta do déficit fiscal zero no Brasil requer esforço contribui para manter o baixo apetite por risco nos mercados domésticos.

O índice DXY, que mede a variação do dólar contra os principais pares, fechou em alta de 0,130%, a 104,450 pontos, porque o euro e a libra esterlina caíram.

Brasil

A agenda de eventos e de indicadores econômicos no Brasil permanece esvaziada.

Com isso, investidores monitoram a participação de Roberto Campos Neto (RCN), presidente do Banco Central (BC), no evento Blockchain Rio, a partir das 10:00.

Nesta manhã, o Santander Brasil (SANB11) reportou seus números financeiros do segundo trimestre de 2024. O lucro líquido cresceu 44% em um ano, a R$ 3,3 bilhões entre os meses de abril e junho.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, encontra-se com Janet Yellen, do Tesouro norte-americano, e com Mukhtar Babayev, presidente da COP-29.

Indicadores Econômicos

IPC-S: inflação acelera em quatro capitais componentes do índice na 3ª quadrissemana de julho

Indicador subiu 0,34% e acumula alta de 3,92% nos últimos doze meses, apontou o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Cortes nos gastos públicos

i. A distribuição dos cortes nos gastos públicos, que somam R$ 15 bilhões, vai ser informada em decreto presidencial, na próxima terça-feira, 30 de julho, informou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB-MS), que participou da reunião do G-20, no Rio de Janeiro.

A gente tem uma semana para avisar os órgãos setoriais de quanto vai gastar, de onde vai cortar, de onde vai conseguir e quem vai ter o maior corte”, afirmou. “Isso vai ser anunciado na data certa, com decreto presidencial, no dia 30.”

Tebet disse que, com o detalhamento, alguns gastos não terão retorno e alguns outros, “a depender da receita ou da revisão de gastos ainda neste ano”, poderão ser descontingenciados.

“Já com os gastos bloqueados fica um pouco mais difícil (voltar atrás).”

ii. A ministra enfatizou ser preciso fechar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2024 com meta zero.

“Disso depende nós termos uma revisão de gastos da ordem de R$ 9,0 bilhões. Isso estava no nosso cronograma. Vai ficar mais claro no segundo semestre.”

iii. Ainda sobre o detalhamento dos cortes, Simone Tebet destacou que na semana que vem vai ser divulgado “onde vai cada ponto do Atestmed, ProAgro, Seguro Defeso e todas políticas e algumas outras que não estavam na LOA de 2024”.

“Vamos mostrar por A + B onde estarão as economias na revisão de gastos de R$ 9 bilhões para este ano”, disse, ao acrescentar que o detalhamento foi um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O presidente disse: quando explica, a sociedade compreende.”

Além disso, vai ser informado junto a PLOA de 31 de agosto a revisão de gastos “pela ótica de combate a fraudes, irregularidades e erros”.

A revisão para equilibrar o Orçamento de 2025 foi anunciada por Fernando Haddad, ministro da Fazenda, no início do mês.

As informações são do site Bom Dia Mercado.

EUA

Nesta quarta-feira (24), as vendas de novas moradias em junho caíram 0,6%, contra a previsão de +2,6%.

Balanços

Investidores reagem aos números do segundo trimestre de Alphabet e Tesla, divulgados na última terça-feira, 23 de julho.

A Tesla informou uma queda de 45% do lucro no segundo trimestre de 2024 (US$ 0,42 por ação), abaixo do projetado pelo mercado de US$ 0,61.

Alphabet (Google) registrou uma alta de 28,6% do lucro, para US$ 23,6 bilhões (US$ 1,89 por ação).

Durante a conferência de resultados, houve falas de que devem ser impactadas as margens no terceiro trimestre de 2024, como o aumento do número de funcionários e de investimentos em infraestrutura.

AT&T e IBM reportam seus números nesta quarta-feira, 24 de julho.

DOE

Estoques de petróleo caíram 3,741 milhões de barris na semana, enquanto a previsão era de -1,2 milhão. Os estoques de gasolina recuaram 5,572 milhões de barris na semana, contra a projeção de -700 mil.

A taxa de utilização das refinarias foi a 91,6% na semana, enquanto a expectativa era de 93,2%.

Eleições

i. As incertezas sobre as eleições norte-americanas ampliam o sentimento de aversão ao risco que pesa para o setor de tecnologia.

A vice-presidente Kamala Harris informou já ter a maioria dos delegados para ser confirmada como candidata do Partido Democrata na convenção a ser realizada em agosto.

Uma pesquisa divulgada por Reuters, em parceria com Ipsos, deu a ela a primeira vantagem (44%) contra o ex-presidente republicano Donald Trump (42%), ainda dentro da margem de erro.

ii. No mercado financeiro, existe a preocupação de que, se eleito, Trump leve adiante os planos de cortar impostos e adotar políticas protecionistas, que podem gerar pressões inflacionárias adicionais e piorar o déficit da dívida e a situação fiscal dos Estados Unidos da América.

iii. Donald Trump negou que tenha cogitado Jamie Dimon (J.P. Morgan) ou Larry Fink (BlackRock), duas figuras icônicas do setor financeiro, para o cargo de secretário do Tesouro norte-americano, caso vença a corrida presidencial nos EUA.

Uma semana atrás, em entrevista à Bloomberg Businessweek, ele havia considerado o nome de Dimon.

As informações são do site Bom Dia Mercado.

Federal Reserve

A dirigente Michelle Bowman participa de evento do Federal Reserve (Fed) de Dallas por vídeo pré-gravado.

Fortalecimento do dólar

As economias emergentes são duplamente atingidas pela depreciação do câmbio, que reage ao fortalecimento do dólar e às dúvidas sobre a demanda da China por commodities.

PMIs

Em julho, o PMI (sigla em inglês para Índice de Gerentes de Compras) composto dos Estados Unidos subiu para 55,00 pontos, acima dos 54,80 pontos registrados em junho.

O PMI de Serviços avançou para 56,00 pontos, ao passo que o PMI Industrial caiu para 49,5, abaixo da marca de 50 que separa expansão de contração.

Europa

Alemanha – O PMI (sigla em inglês para Índice de Gerentes de Compras) Composto caiu de 50,40 em junho para 48,70 pontos em julho, menor nível em quatro meses.

O PMI Industrial recuou de 43,50 para 42,60 pontos e o PMI Serviços caiu de 53,10 para 52,00 pontos.

Reino Unido – O PMI (sigla em inglês para Índice de Gerentes de Compras) Composto subiu de 52,30 em junho para 52,70 pontos em julho.

O PMI Industrial avançou de 52,10 para 52,40 pontos e o PMI Industrial subiu de 50,90 para 51,80 pontos em julho, maior nível em 24 meses.

Zona do Euro – O PMI (sigla em inglês para Índice de Gerentes de Compras) Composto caiu de 50,90 em junho para 50,10 pontos em julho, menor nível em cinco meses.

O PMI Industrial recuou de 45,80 para 45,60 pontos e o PMI Serviços caiu de 52,80 para 51,90 pontos.

Ásia

China – Incertezas quanto à demanda da China permanecem, uma vez que nem a reunião do Partido Comunista anunciou qualquer plano de investimento agressivo no setor imobiliário chinês nem o corte de juros anunciados pelo PBoC foi suficiente para dar um choque de otimismo.

As informações são do site Bom Dia Mercado.

Japão – O PMI (sigla em inglês para Índice de Gerentes de Compras) Composto subiu de 49,70 em junho para 52,60 pontos em julho, informou uma pesquisa preliminar da S&P Global.

O PMI de Serviços também avançou, de 49,40 para 53,90 pontos em julho. Já o PMI Industrial caiu, de 50,00 para 49,20 pontos.

Agenda

Brasil:

  • Divulgação de decisões do Conselho Monetário Nacional (CMN);
  • Fluxo cambial semanal, a ser divulgado pelo Banco Central (BC).

Canadá:

  • Divulgação de decisão de política monetária.

Coreia do Sul:

  • 1ª leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2024.

EUA:

  • Números de estoques de petróleo em uma semana, até o dia 19 de julho.