Câmbio

Como a variação do dólar afeta o orçamento familiar dos brasileiros?

Alta da moeda norte-americana pressiona o custo de vida, encarece produtos e serviços essenciais, e demanda estratégias de organização financeira

Dólar - Real
RHJ/Getty Images

Desde que o dólar atingiu o patamar de R$ 6, as tensões econômicas aumentaram no Brasil. Isso porque as oscilações no câmbio interferem diretamente no bolso dos consumidores brasileiros.

Do supermercado às mensalidades e ao material escolar, a flutuação da moeda americana pode redefinir prioridades e transformar o cotidiano das famílias brasileiras, já que a alta do dólar encarece produtos alimentícios e itens de higiene, especialmente aqueles importados ou cujos insumos são adquiridos na moeda. 

Por exemplo, o milho, matéria-prima essencial para a alimentação, é um produto negociado em dólar, tornando-se mais caro quando a moeda americana se valoriza.

Como a alta do dólar impacta o consumo no Brasil?

Itens importados como eletrônicos e cosméticos costumam ser os primeiros a sofrer reajustes em períodos de alta do dólar. 

No entanto, o impacto vai além do consumo supérfluo. Produtos básicos como trigo e insumos agrícolas, amplamente cotados em dólar, pressionam os preços de alimentos no mercado interno. 

Isso reflete no aumento do custo de itens essenciais como pão, óleo de cozinha e carnes.

Segundo analistas, mesmo quem não consome produtos importados acaba sentindo no bolso, pois grande parte do que compramos no supermercado depende de matérias-primas internacionais.

Além disso, a flutuação do dólar também afeta setores como educação e transporte

Escolas particulares que utilizam material didático importado ou instituições que oferecem intercâmbios podem repassar custos aos pais. 

Já a gasolina, cujo preço é vinculado ao mercado internacional, frequentemente se torna mais cara em momentos de desvalorização do real.

Como administrar as finanças nesse período?

Diante desse cenário, especialistas recomendam um planejamento financeiro cuidadoso, ao apontar que é fundamental que as famílias revisem seus orçamentos, priorizem despesas essenciais e busquem alternativas para minimizar os impactos da variação cambial. 

As sugestões são: 

  • Revisar o orçamento: avaliar detalhadamente as despesas mensais, identificando e cortando gastos possíveis. 

Ferramentas de controle financeiro, como aplicativos, podem auxiliar nesse processo.

  • Diversificar investimentos: considerar a aplicação de recursos em ativos que se beneficiam da alta do dólar, como ações de empresas exportadoras ou fundos de investimento com exposição internacional.
  • Planejar compras de importados: adiar aquisições de produtos importados, quando possível, ou buscar alternativas nacionais que não sofram tanto com a variação cambial.
  • Economizar energia e combustível: adotar medidas para reduzir o consumo de energia elétrica e combustíveis, cujos preços tendem a subir com a valorização do dólar.
  • Constituir fundo de emergência: manter uma reserva financeira para enfrentar períodos de instabilidade econômica, garantindo maior segurança diante de oscilações cambiais.