O dólar opera em disparada nesta quinta-feira (30), após a Super Quarta marcada por decisões sobre taxas de juros nos EUA e Brasil. Por volta das 09:20, a moeda americana subia 1,10%, cotada a R$ 5,928.
O Federal Reserve (Fed) manteve a taxa de juros inalterada nos Estados Unidos, mas o tom hawkish do comunicado reforçou a ideia de que os juros podem permanecer elevados por mais tempo.
No comunicado, o fato de o Fed não ter mencionado progresso significativo na desinflação reforça essa percepção, sinalizando que cortes de juros não devem ocorrer tão cedo.
Essa postura fortalece o dólar globalmente, pois taxas de juros mais altas nos EUA tornam os ativos americanos mais atrativos para investidores globais que buscam segurança e rentabilidade.
Já no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 13,25% ao ano.
O aumento amplia o diferencial de juros entre Brasil e EUA, o que favorece operações de carry trade — estratégia em que investidores captam recursos em países com juros mais baixos (como os EUA) e os aplicam em países com juros mais altos (como o Brasil).
O efeito esperado desse movimento seria um maior fluxo de capital estrangeiro para o Brasil, o que poderia fortalecer o real e conter a alta do dólar.
No entanto, o cenário não é tão simples.
Isso porque, a falta de um direcionamento claro sobre a inflação pelo Copom gera incerteza e pode afastar investidores, limitando o impacto positivo do diferencial de juros.
Além disso, os riscos fiscais e políticos, com gastos públicos elevados e dúvidas sobre o equilíbrio das contas, aumentam a desconfiança no mercado, pressionando o real.
Já a expectativa de um novo aumento da Selic em março pode atrair capital externo e fortalecer a moeda brasileira, mas qualquer hesitação do Banco Central pode manter a alta do dólar e reacender a moeda na casa dos R$ 6.