ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:
- – 9:09: Dólar comercial (compra): +0,03%, cotado a R$ 5,816.
Resumo
O dólar continua como um dos principais focos de atenção, especialmente após a moeda norte-americana registrar uma leve queda após a pausa nas tarifas dos EUA sobre o México.
O real tem se valorizado de forma consistente, ao completar onze pregões consecutivos de alta, o que representa a maior sequência de valorização da moeda brasileira nos últimos 20 anos.
A queda do dólar também fora impulsionada pelo fluxo positivo de capital estrangeiro, atraído pela alta das taxas de juros e pela estabilidade econômica interna, apesar das incertezas fiscais.
A moeda norte-americana fechou a segunda-feira (3) cotada a R$ 5,8160 (-0,35%).
DIs:
- – DI para janeiro de 2026 caiu para 14,865% (de 14,940% no pregão anterior);
- – DI para janeiro de 2027 caiu para 14.825% (de 15.035%);
- – DI para janeiro de 2029 caiu para 14.445% (de 14.775%);
- – DI para janeiro de 2031 caiu para 14.390% (14.720%); e
- – DI para janeiro de 2033 caiu para 14.350% (14.670%).
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A guerra comercial deflagrada: um novo capítulo de tensões entre China e EUA
O presidente dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, anunciou a suspensão das tarifas sobre o Canadá por trinta dias. O mesmo caminho foi adotado anteriormente com o México.
O foco agora se concentra com a China, país ao qual Trump ameaça aumentar as tarifas sobre as importações caso as negociações não avancem.
O mandatário sinalizou que deve conversar com o líder chinês, Xi Jinping, nas próximas horas, o que aumenta a tensão sobre o futuro das relações comerciais entre os dois países.
De acordo com o site g1, Trump alertou que a China não faz o suficiente para interromper o fluxo de drogas ilícitas para os Estados Unidos.
Em retaliação, o gigante asiático anunciou tarifas de 10% e 15% em importações de produtos dos Estados Unidos.
Além disso, a União Europeia (UE) alertou que vai deliberar medidas “decisivas” contra as tarifas de Donald Trump.
Analistas como Susan Collins, do Federal Reserve (FED) de Boston, alertam para o risco inflacionário de tarifas amplas, que poderiam repassar o custo para o consumidor final.
Para o J.P. Morgan, uma guerra comercial poderia adicionar 1 p.p., ou mais, à inflação americana, de acordo com o site Bom Dia Mercado. O Morgan Stanley calcula um aumento de 0,30 a 0,60 p.p., mais redução no Produto Interno Bruto (PIB) de 0,70 a 1,10 ponto percentual.
Brasil
Ata do COPOM
O mercado financeiro digere detalhes sobre o posicionamento do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC), com especial atenção ao balanço de riscos, apontado na ata do COPOM.
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A principal dúvida recaía sobre os efeitos da desaceleração da atividade econômica na inflação, já que o colegiado apontou, em seu comunicado de dezembro, que a desaceleração global como um fator que poderia diminuir a pressão inflacionária.
O comunicado subsequente à decisão em janeiro trouxe uma avaliação ainda mais pessimista sobre a desaceleração da economia mundial e o impacto do aperto financeiro nas expectativas de inflação.
Ao site Bom Dia Mercado, Danilo Passos, da WHG, afirmou que “o mercado quer ver se o Copom segue preocupado em combater a melhoria na inflação e a desancoragem das expectativas ou se há novos pontos de preocupação que poderiam tornar o BC menos agressivo daqui para frente”.
Economistas como Luis Otávio de Souza Leal, da G5 Partners, aguardavam mais esclarecimentos sobre o impacto das altas taxas de juros na atividade econômica.
A maior parte do mercado viu sua aposta ser corroborada em uma nova elevação da taxa Selic em março, com alta de 1 ponto percentual, a 14,25%, antevista no documento publicado nesta terça-feira (4).
As estimativas para a Selic de maio e junho sugerem valores em torno de 14,75% e 15,25%, respectivamente.
Para o final de 2025, a mediana das estimativas aponta para uma Selic de 15%, com algumas projeções que variam de 12,25% a 16,25%.
Mais diálogo entre os três Poderes
O tom conciliatório das declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após reunião com os novos presidentes da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), melhorou a percepção de risco doméstico.
Lula disse que não vai mandar nenhum projeto às duas Casas sem anuência dos líderes e da cúpula do Congresso Nacional, e assegurou uma relação política harmônica entre os Poderes, enquanto Alcolumbre mandava recado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Uma recente controvérsia sobre emendas parlamentares ao Orçamento ilustra a necessidade de respeito mútuo e diálogo contínuo.”
Petrobras (PETR3)(PETR4)
Apesar dos números decepcionantes no relatório do quarto trimestre de 2024, que apontou uma queda significativa de 10,5% na produção de petróleo e gás, os papéis da Petrobras (PETR3)(PETR4) exibiram um pequeno aumento de 0,20% após o fechamento dos mercados.
A produção de petróleo operada no pré-sal, no entanto, bateu recorde, com 3,230 milhões de barris de petróleo equivalente por dia (BOED).
Além disso, a Petrobras viu um aumento nas vendas de derivados, especialmente gasolina, o que ajudou a mitigar as perdas nos resultados.
A expectativa dos investidores diz respeito à continuação dos estudos do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, uma área estratégica para a Petrobras (PETR3)(PETR4).
O governo sinalizou que pode avançar nesse sentido, o que pode trazer novos benefícios para a estatal e para o Amapá (AP), representado pelo senador Davi Alcolumbre, um dos principais apoiadores do projeto, de acordo com informações do jornal Valor Econômico.
Agenda
Investidores digerem números do IPC-Fipe relativo ao mês de janeiro. Além disso, o Tesouro Nacional publica, às 15h30, o Relatório Anual da Dívida de 2024 e o Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2025.
Ibovespa
Na sessão anterior, o setor bancário viu volatilidade, em contagem regressiva para o início da temporada de balanços financeiros.
Ações de grandes bancos como Santander (SANB11) e Bradesco (BBDC4) registraram fortes quedas. Itaú (ITUB4) seguiu o mesmo movimento.
Já o setor automotivo e de consumo se destacou com valorização, com empresas como Carrefour (CRFB3) e Hypera (HYPE3) à frente entre os bons resultados.
Nesta terça-feira (4), a B3 detalha o fluxo de capital estrangeiro em janeiro, que já beira R$ 7,0 bilhões – uma reviravolta em relação ao ano passado.
Em boa parte, o retorno do interesse neste início de 2025 deve ser um movimento desencadeado pela Cosan (CSAN3) com a venda da fatia na Vale (VALE3).
Mas, além disso, a maior simpatia dos gringos pelo Brasil reflete o carry trade, afirmaram as repórteres Rosa Riscala e Mariana Ciscato no site Bom Dia Mercado.
EUA
Nos Estados Unidos, o relatório JOLTS de dezembro, com dados sobre as vagas de emprego, divulgado ao meio-dia, e números de encomendas à indústria são observados. Os dados antecipam a divulgação da folha de pagamentos Payroll, programada para a próxima sexta-feira (7).
As bolsas de valores em Nova York, apesar da desaceleração no início do dia, conseguiram reduzir as perdas após o anúncio de Trump sobre a pausa nas tarifas do México.
Commodities
No entanto, os mercados de commodities, especialmente o petróleo, continuam a ser afetados pela volatilidade nas relações comerciais. A OPEC+ decidiu, ontem, manter a política de aumento gradual da produção de petróleo a partir de abril.