Economia

DÓLAR HOJE: Commodities e medo de recessão pressionam moedas — com produção industrial no Brasil e Livro Bege e JOLTS nos EUA no radar desta quarta-feira (4)

Na última terça-feira, 3 de setembro, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,46%, cotado a R$ 5,64

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ATUALIZAÇÕES:

  • – 17:10: Dólar comercial (compra): -0,03%, cotado a R$ 5,639.
  • – 9:27: Dólar comercial (compra): +0,06%, cotado a R$ 5,644.

Na última sessão

Na última terça-feira, 3 de setembro, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,46%, cotado a R$ 5,64.

A queda do petróleo e do minério de ferro pressionou o real, que começou o dia em alta, mas devolveu ganhos devido ao cenário externo e a ataques especulativos.

No detalhe

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil acima das expectativas indicou uma atividade econômica forte e aumentou as chances de alta de juros em setembro.

Já nos Estados Unidos da América (EUA), dados fracos do índice de gerentes de compras (PMI) industrial reforçaram o cenário de corte de juros.

O PMI industrial de agosto nos Estados Unidos ficou em 47,90 pontos, um pouco pior do que o previsto (48,0).

Isso reacendeu a preocupação sobre um cenário de contração mais acentuada na maior economia do mundo.

Atualmente, a taxa básica de juros Selic está na casa dos 10,50%, enquanto os juros norte-americanos estão na faixa dos 5,25% a 5,50%.

O iene japonês se valorizou com sinais de alta de juros, enquanto analistas mantêm um pessimismo sobre a recuperação econômica da China.

Além disso, no Brasil, o ministro Fernando Haddad (PT) e sua equipe na Fazenda buscam novas formas de arrecadação para compensar a desoneração da folha de pagamentos, em uma tentativa também de barrar a escalada do dólar.

Brasil

Nesta quarta-feira (4), o mercado financeiro local observa os números da produção industrial em julho, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Houve recuo de 1,4% após forte alta de 4,30% no mês anterior.

Em seguida, às 10:00, a agência de classificação de risco S&P Global informa o índice de gerente de compras (PMI na sigla em inglês) composto, referente ao mês de agosto.

Pela tarde, o Banco Central (BC) divulga o Índice Commodities Brasil (IC-Br) de agosto e o fluxo cambial semanal, ambos às 14:30.

PIB forte

O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no segundo trimestre, de 1,4% — acima do consenso de 0,90% — e a revisão do crescimento do primeiro trimestre, de 0,8% para 1%, impulsionou revisões nas projeções, que agora apontam para um crescimento anual próximo de 3%.

Bancos como Bradesco (BBDC4), Citigroup e Goldman Sachs ajustaram suas estimativas nesse sentido. 

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve revisar sua previsão de 2023 de 2,50% para cerca de 2,90%.

A demanda interna robusta impulsiona a economia, mas aumenta a pressão inflacionária, o que eleva as chances de alta na taxa básica de juros Selic.

Por isso, analistas preveem ajustes na taxa de juros em breve, com uma aposta de elevação de 50 pontos-base na Selic em setembro.

EUA

Nesta quarta-feira (4), o mercado norte-americano acompanha a divulgação do relatório Jolts, com a abertura de vagas de emprego, que já pode dar uma ideia do mercado de trabalho para o Federal Reserve (FED) em momento de decisão para política monetária.

Além disso, investidores monitoram o Livro Bege e a balança comercial do País em julho.

No país, o déficit comercial em julho foi de US$ 78,8 bilhões, ligeiramente melhor do que a expectativa de US$ 79,0 bilhões, porém maior que o déficit revisado de US$ 73,0 bilhões no mês anterior.

Europa

Zona do Euro – O índice de gerentes de compras (PMI) de serviços da Zona do Euro subiu de 51,9 em julho para 52,9 em agosto, o maior nível em três meses, segundo a S&P Global e o Hamburg Commercial Bank. 

No entanto, o resultado ficou abaixo da estimativa preliminar e da previsão dos analistas, ambas de 53,3. 

O PMI composto, que inclui serviços e indústria, aumentou de 50,2 para 51,0, também abaixo da previsão de 51,2.

Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade econômica na região.

PPI – O índice de preços ao produtor (PPI) da Zona do Euro caiu 2,1% em julho na comparação anual, após uma queda de 3,2% em junho, acima da previsão de recuo de 2,5%. 

Na comparação mensal, o PPI subiu 0,8% em julho, acima da expectativa de alta de 0,3%. 

Sem os preços de energia, o PPI recuou 0,1% em julho ante junho, mas subiu 0,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Alemanha – O índice de gerentes de compras (PMI) de serviços da Alemanha caiu de 52,5 em julho para 51,2 em agosto, o menor nível em cinco meses, abaixo da estimativa preliminar e da previsão de 51,4. 

Enquanto o PMI composto recuo de 49,1 para 48,4, em uma mínima de cinco meses, o que exibe uma contração econômica, já que ficou abaixo de 50.

Reino Unido – O índice de gerentes de compras (PMI) de serviços do Reino Unido subiu de 52,5 em julho para 53,7 em agosto, superando a leitura preliminar e a projeção de 53,3. 

O PMI composto aumentou de 52,8 para 53,8, também acima da estimativa de 53,4. 

Leituras acima de 50 indicam expansão da atividade econômica no Reino Unido.

Ásia

China – A leitura final do PMI de serviços da China caiu de 52,1 em julho para 51,6 em agosto, abaixo da projeção de 51,8.

Enquanto isso, o PMI composto se manteve em 51,2. Leituras acima de 50 indicam que a atividade econômica da China continua em expansão.