Economia

DÓLAR HOJE - Payroll e falas do FED influenciam câmbio, com China e corte de gastos no Brasil no radar

Moeda inicia o dia em leve alta de 0,10%, cotada a R$ 6,016

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O dólar comercial (compra) encerrou esta sexta-feira (6) em alta de 1,00%, a R$ 6,071.

ATUALIZAÇÕES DAS COTAÇÕES DO DÓLAR:

  • – 9:20: Dólar comercial (compra): +0,10%, cotado a R$ 6,016.

Na sessão anterior…

Na última quinta-feira, 5 de dezembro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,60%, cotado a R$ 6,01.

O que influencia o dólar?

Nesta sexta-feira (6), o mercado digere o relatório Payroll, nos Estados Unidos da América (EUA). Esse indicador deve ser o principal agente de movimentações para a cotação do dólar no dia.

O dado fornece pistas ao Federal Reserve (FED) sobre a condução da política monetária, e a autoridade pode adotar um ritmo mais lento nos cortes de juros ou até pausá-los em dezembro.

Jerome Powell destacou, na última quinta-feira (5), a resiliência econômica e a melhora no mercado de trabalho, enquanto a inflação ainda supera a meta.

Atualmente, a taxa de juros dos EUA encontra-se na faixa entre 4,50% e 4,75% ao ano

Nos mercados internacionais, a aprovação de um novo pacote de armas dos Estados Unidos para Taiwan levou a China a sancionar treze empresas militares americanas.

No Brasil, a aprovação de urgência para o pacote fiscal na Câmara dos Deputados trouxe alívio ao mercado financeiro, o que ajudou a reduzir a pressão sobre o dólar.

Entre as medidas prioritárias estão o limite de créditos tributários em caso de déficit e o ajuste de despesas relacionadas ao salário mínimo no arcabouço fiscal.

Brasil

Nesta sexta-feira (6), o mercado financeiro local observa um dos medidores da inflação divulgados pela Fundação Getúlio Vagas (FGV), o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI).

Além disso, o Banco Central (BC) informa o volume de captação da poupança em novembro.

Selic em revisão

O mercado financeiro iniciou uma onda de revisões para cima nas projeções para a taxa básica de juros Selic, antes da reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), em 11 de dezembro.

Grandes instituições como Itaú Asset, Deutsche Bank e C6 Bank elevaram suas estimativas.

O Itaú Asset prevê Selic de 15,00% e inflação de 6,00% em 2025. O Deutsche Bank projeta um aumento de 100 pontos-base (pb) na próxima reunião, com a Selic a 14,50% no fim do ciclo. Já o C6 Bank ajustou sua previsão terminal de 12,50% para 13,75%.

A frustração com o pacote fiscal e a desvalorização do real, que chegou a R$ 6,00, além de expectativas inflacionárias elevadas, são fatores que impulsionam essas revisões.

Nesse sentido, a mediana das projeções para a Selic no fim de 2025 chega a 13,25%. A XP Investimentos estima mais aumentos no início de 2024, com a Selic a 14,25%.

Pacote de corte de gastos

Deputados sinalizam que o endurecimento das propostas do pacote fiscal não vai vir do Congresso Nacional, mesmo com a pressão do mercado financeiro por cortes estruturais que assegurem a sustentabilidade do arcabouço fiscal.

O governo enviou três propostas à Câmara dos Deputados, como as novas regras para gatilhos fiscais, salário mínimo e revisão de programas sociais como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

No entanto, a aprovação da urgência de dois projetos ocorreu com dificuldade, em reflexo a insatisfação com as medidas e com mudanças nas regras para emendas parlamentares determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A PEC que trata do BPC, supersalários e repasses ao FUNDEB enfrenta resistência.

Apesar de possível aprovação ainda este ano, o pacote corre risco de sofrer alterações significativas.

EUA

Nesta sexta-feira (6), o mercado norte-americano acompanha a divulgação de mais um dado do mercado de trabalho, dessa vez, o mais importante: o relatório Payroll, usado como termômetro para o Federal Reserve (FED) na hora de determinar o rumo da política monetária pelo País.

Diante disso, analistas sugerem observar a média de dois meses para avaliar tendências, dado o caráter atípico de outubro.

A inflação de serviços segue acima da meta de 2%, o que indica pressões persistentes no mercado de trabalho.

No entanto, o BofA acredita que a recuperação no Payroll de novembro pode ser vista pelo Fed como um equilíbrio, e mantém espaço para futuros cortes de juros.

Além disso, investidores dos EUA também observam dirigentes do Federal Reserve, em busca de pistas sobre o rumo da taxa de juros.

Dessa vez, discursam Michelle Bowman, às 12:30, Austan Goolsbee, às 14:00, Beth Hammack e Mary Daly, às 15:00.

Europa

Alemanha  A produção industrial da Alemanha caiu 1,00% em outubro em relação a setembro, contrariando a expectativa de alta de 1,0% dos analistas.

Na comparação anual, houve retração de 4,50%, maior que a projeção de queda de 3,80%.

Além disso, o dado de setembro foi revisado para uma queda de 2,00%, ante os 2,50% originalmente reportados.

Mercosul

Nesta sexta-feira (6), no Uruguai, prossegue pelo segundo dia o encontro da 65ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul.