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DÓLAR HOJE - Payroll e PIB do Brasil influenciam o câmbio, com tarifas de Trump no radar

Moeda norte-americana inicia o dia em leve alta e atinge cotação de R$ 5,76

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ATUALIZAÇÕES DE COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • Fechamento: Dólar comercial (compra): +0,57%, cotado a R$ 5,79.
  • – 9:11: Dólar comercial (compra): +0,07%, cotado a R$ 5,761.

Na sessão anterior…

Na última quinta-feira (6), o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,02%, cotado a R$ 5,756.

O que influencia o dólar?

O recuo de Donald Trump em relação às tarifas sobre o México trouxe um alívio momentâneo no mercado financeiro global, mas as incertezas sobre a guerra comercial continuam a pressionar a moeda norte-americana.

Além disso, o corte de juros pelo Banco Central Europeu (BCE) fortaleceu o euro, o que reduziu a atratividade do dólar no exterior.

Nessa sexta-feira (7), o mercado vai estar atento a outro ponto-chave; o Payroll, dos Estados Unidos (EUA), determinante para as expectativas sobre os juros americanos.

Se os dados vierem fortes, podem reforçar a necessidade de uma política monetária mais rígida, o que fortaleceria o dólar. Caso contrário, a moeda pode perder força.

No Brasil, a trajetória da taxa básica de juros Selic também pesa sobre o dólar. Um aumento de 1,00% foi precificado para a próxima reunião, mas existem incertezas sobre a decisão de maio.

O desempenho da economia no primeiro trimestre vai ser decisivo. O mercado de trabalho resiliente pode sustentar uma política monetária mais restritiva, o que favoreceria o real.

Brasil

Nesta sexta-feira (6), o mercado financeiro local observa a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2024, informado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

LEIA MAIS: PIB do Brasil cresce 3,4% em 2024 e registra maior taxa em três anos, diz IBGE

Além disso, investidores observam a visita de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) em Minas Gerais (MG) e a entrevista do ministro Fernando Haddad (PT-SP) no Flow Podcast.

Medidas para baratear preços de alimentos

O governo anunciou, na última quinta-feira (6), a isenção do imposto de importação para vários alimentos, como carne, café, açúcar e milho.

Em anuncio feito pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), foi afirmado que a redução dos impostos vai contribuir para baixar preços sem prejudicar os produtores locais. De acordo com o político, os consumidores serão os principais beneficiados.

Contudo, a medida ainda precisa da aprovação da Câmara de Comércio Exterior (Camex).

A princípio, a lista de produtos com alíquota zerada inclui carne (10,8%), café (9%), açúcar (14%) e milho (7,2%), além de azeite, óleo de girassol, sardinha, biscoitos e massas.

Além disso, o governo estuda ampliar benefícios ao PRONAMP, e, com isso, priorizar a produção de alimentos da cesta básica. Insumos para a indústria poderão receber subsídios.

Para conter a inflação, a CONAB vai reforçar estoques reguladores. Geraldo Alckmin garantiu que vai haver recursos para compras estratégicas. Em discurso, governadores foram incentivados a zerar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).

Outra medida inclui fortalecer o Serviço de Inspeção Municipal para regular produtos de origem animal, como leite e ovos, por um ano.

Dessa forma, o governo pretende divulgar melhores preços em campanhas com supermercados e acelerar análises fitossanitárias para ampliar importações.

Apesar disso, economistas veem impacto fiscal modesto e recomendam um novo ajuste fiscal para controlar a inflação.

Alguns avaliam as medidas como um retrocesso, especialmente os estoques reguladores.

Nesse sentido, o agronegócio deve reagir negativamente, e aumentar suas tensões com o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No mercado financeiro, a decisão pode ser vista como populista e prejudicial à credibilidade fiscal.

Taxas sobre alumínio e aço

Na última quinta-feira (6), Geraldo Alckmin liderou uma videoconferência com Howard Lutnick, secretário de Comércio dos Estados Unidos (EUA).

O Ministério do Desenvolvimento, da Indústria, do Comércio e dos Serviços (MDIC) acredita em um entendimento sobre a política tarifária do republicano Donald Trump e destacou a convergência na relação entre Brasil e EUA.

O vice-presidente ressaltou que o comércio bilateral gira em torno de US$ 80 bilhões, com superávit de US$ 200 milhões para os EUA. Em oito dos dez principais produtos importados, a tarifa custa zero.

A tarifa média efetivamente recolhida chega a 2,730%, inferior às tarifas nominais. E, ainda, o Brasil busca isenção da sobretaxa de 25% sobre o aço importado, prevista para o dia 12 de abril.

Com isso, novas reuniões ocorrerão em breve.

EUA

Nesta sexta-feira (7), o mercado norte-americano acompanha a divulgação do relatório Payroll de fevereiro.

Falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed) sucedem a divulgação do documento. Dessa vez, Michelle Bowman, Adriana Kluger e Jerome Powell discursarão ao público.

A soma do indicador às falas dos dirigentes da autoridade monetária devem servir de termômetro para o mercado financeiro global especular o rumo do Federal Reserve (FED) em relação as decisões de juros nos EUA.

Tarifas adiadas

Donald Trump adiou por um mês, até 2 de abril, as tarifas sobre a maioria dos produtos do México e do Canadá.

O republicano elogiou a presidente mexicana Claudia Sheinbaum e destacou a cooperação para conter a entrada de fentanil e imigrantes ilegais nos Estados Unidos da América (EUA).

Enquanto o Canadá evitou novas tarifas ao recuar em medidas contra produtos americanos. Trudeau reforçou que busca eliminar todas as tarifas comerciais.

Assim, Trump negou que o mercado financeiro influenciou o adiamento e afirmou que “2 de abril seria um grande dia para os EUA”.

Europa

Zona do Euro – O Produto Interno Bruto (PIB) da Zona do Euro em 2024 foi reajustado para cima, de 0,70% para 0,90%.