Câmbio

DÓLAR HOJE - Expectativas para inflação e temor por recessão nos EUA influenciam o câmbio

Principal índice acionário da B3 inicia o dia em alta de 0,04%, cotado a R$ 5,792

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ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • – 9:25: Dólar comercial (compra): +0,04%, cotado a R$ 5,792.

Na sessão anterior…

Na última sexta-feira (7), o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,57%, cotado a R$ 5,79.

O que influencia o dólar?

O discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), animou o mercado financeiro ao indicar cautela quanto a cortes nos juros dos Estados Unidos (EUA).

Quando os juros permanecem elevados, os investimentos em ativos norte-americanos tornam-se mais atrativos. O movimento eleva a demanda pela moeda e fortalece a divisa globalmente.

No entanto, a incerteza gerada pelas políticas econômicas do republicano Donald Trump adiciona um fator de instabilidade.

O mercado cambial tende a reagir com cautela diante de mudanças imprevisíveis na política fiscal e comercial, como tarifas sobre importações, que podem influenciar a inflação e a tomada de decisão do Federal Reserve (FED).

A baixa no mercado de trabalho dos EUA, revelada pelo relatório Payroll na última sexta-feira (7), alimenta essa cautela. Um cenário de recessão na economia norte-americana tem preocupado investidores.

Outro ponto relevante diz respeito ao monitoramento dos dados de inflação tanto nos EUA quanto no Brasil.

Caso a inflação norte-americana mostre sinais de persistência, o FED pode manter os juros altos por mais tempo e sustentar a valorização do dólar no Brasil.

Por aqui, uma inflação acima do esperado pode levar o Banco Central (BC) a rever o ritmo de cortes na Selic e influenciar a cotação do real.

Os dados de inflação de cada País serão divulgados na próxima quarta-feira (12).

Além disso, a China anunciou estímulos para impulsionar o consumo interno, o que pode impactar a demanda por commodities e, consequentemente, afetar países exportadores como o Brasil.

Se o aumento da demanda chinesa aquecer o comércio global, pode haver maior fluxo de dólares para mercados emergentes e a pressão sobre a moeda norte-americana seria reduzida.

Brasil

Nesta segunda-feira (10), o mercado financeiro local observa as novas projeções do Boletim Focus, do Banco Central (BC), para o IPCA (inflação)PIB (crescimento)Selic (juros) e câmbio (dólar) ao longo dos anos de 2025, 2026, 2027 e 2028.

Além disso, o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), informa o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) de fevereiro.

Do lado dos eventos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) empossa Gleisi Hoffmann (PT-RS) na Secretária de Relações Internacionais (SRI).

Lula deu uma guinada à esquerda?

O mercado financeiro interpreta uma inclinação do governo para a esquerda, enquanto Lula busca recuperar sua base histórica de apoio, que se afasta nas últimas pesquisas.

A nomeação de Gleisi Hoffmann para a Secretaria de Relações Institucionais sinaliza o afastamento do governo do Centrão ou, talvez, o distanciamento do Centrão em relação ao PT.

No evento com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terras (MST), Lula adotou um discurso mais alinhado a essa estratégia e cogitou medidas drásticas contra a inflação dos alimentosalém do imposto zero de importação.

Existe o temor de que o governo, para recuperar popularidade, adote restrições às exportações ou subsídios e comprometa ainda mais o equilíbrio fiscal.

O ministro Carlos Fávaro (PSD-MT), da Agricultura, negou intervenções nos preços, mas rumores indicam que ele ameaçou se demitir durante os debates sobre o tema em Brasília (DF).

Na última semana, a pesquisa do Instituto AtlasIntel mostra a rejeição a Lula em 50,8% e um empate técnico com Tarcísio de Freitas (49,00%), governador de São Paulo (Republicanos), em um possível segundo turno. Diante desse cenário que Lula tenta modificar suas políticas.

Nesta semana, deve ser publicada a Medida Provisória (MP) do crédito consignado no setor privado, que busca impulsionar o consumo, embora seja contra a política de combate à inflação.

A MP do FGTS também deve ser divulgada em breve, e injetar cerca de R$ 12 bilhões na economia, em reforço ao estímulo ao consumo.

O ministro Alexandre Silveira (PSD-MG), de Minas e Energia, defendeu subsídios para reduzir as contas de luz e prometeu enviar a proposta ao Congresso Nacional nos próximos dois meses.

Silveira sugeriu que a Petrobras (PETR3)(PETR4) deveria reduzir o preço dos combustíveis, em acompanhamento a queda dos preços do petróleo.

No podcast Flow, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP) atribuiu a dificuldade de conter gastos ao ambiente político e à pressão de grupos empresariais organizados.

Ele afirmou que o problema fiscal não seria técnico, mas político, e minimizou divergências com Gleisi Hoffmann. O ministro anunciou um encontro com a nova secretária de Relações Institucionais nesta semana.

EUA

Nesta segunda-feira (10), o mercado norte-americano observa as expectativas para a inflação em fevereiro, a serem divulgadas pelo Federal Reserve (FED).

Além disso, investidores observarão o dirigente da autarquia, Alberto Musalem, discurar.

Recessão

Em entrevista à Fox NewsDonald Trump evitou prever uma recessão, mas mencionou um “período de transição”. O mercado reagiu negativamente, e as bolsas em Nova York caíram.

Isso porque a criação de empregos nos EUA ficou abaixo do esperado em fevereiro (+155 mil), o que aumentou temores de recessão em meio ao risco inflacionário das tarifas de Trump.

O JP Morgan elevou a chance de recessão de 30% para 40%, enquanto o Goldman Sachs subiu de 15% para 20%, além de ter destacado que a Casa Branca pode recuar.

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED), mencionou incertezas nas políticas de Trump, mas garantiu que o FED não se apressa para alterar juros e segue focado na estabilidade de preços e emprego.

Dirigentes do Fed reforçaram cautela: John Williams descartou descontrole inflacionário, enquanto Adriana Kugler sugeriu manter os juros estáveis por mais tempo.

Horário de verão nos EUA

Com o horário de verão nos EUA, a Bolsa de Nova York agora opera das 10:30 às 17:00 (de Brasília). O Ibovespa (IBOV), da B3, acompanha a mudança e passa a fechar às 17:00.

Ásia

China – A inflação da China recuou além do esperado em fevereiro, com preços ao consumidor em queda de 0,70% e o Índice de Preços ao Produtor (PPI), -2,2%.

Enquanto isso, Pequim anunciou tarifas de 100% sobre alimentos canadenses.