Economia

DÓLAR HOJE - Inflação ao produtor nos EUA e volume de serviços no Brasil influenciam câmbio, com falas de Bowman no radar

Dólar inicia o dia em leve alta e se aproxima de R$ 5,60

-
-

ATUALIZAÇÕES:

  • – 17:00: Dólar comercial (compra): +0,50%, cotado a R$ 5,61.
  • – 10:05: Dólar comercial (compra): +0,13%, cotado a R$ 5,593.

Na sessão anterior…

Na última quinta-feira, 10 de setembro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,02%, cotado a R$ 5,586.

O que motivou a alta?

O dia foi marcado por aversão ao risco, impulsionada pelo aumento das tensões no Oriente Médio e pelo fraco crescimento da China, que preocupam os investidores.

Nos EUA, Raphael Bostic, presidente do Federal Reserve (FED) de Atlanta, indicou que a taxa de juros deve permanecer inalterada na próxima reunião, devido à instabilidade nos dados recentes de inflação e emprego.

Isso gerou cautela entre economistas, que ainda majoritariamente apostam em um corte de 0,25 ponto percentual.

A inflação e os pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos da América (EUA) vieram acima do esperado.

No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mencionou a possibilidade de taxar milionários para compensar perdas com a correção da tabela do imposto de renda (IR).

Além disso, dados do varejo mostraram que a economia continua aquecida, o que pressiona a inflação.

A desconfiança sobre a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas mantém o câmbio pressionado.

Brasil

Nesta sexta-feira (11), o mercado financeiro local acompanha a divulgação do volume de serviços em agosto, informado pela Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Selic

O mercado voltou a apresentar sinais de conservadorismo, com apostas de que o Comitê de Política Monetária (COPOM) pode acelerar a alta da Selic em novembro para 0,75 ponto percentual, com uma possibilidade de 30% a 35%.

De acordo com o site Bom Dia Mercado, esses exageros são alimentados por preocupações com a política fiscal expansionista de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o cenário externo, que exigiria mais ação do Banco Central (BC).

No entanto, a maior probabilidade (65% a 70%) ainda aponta para um aumento de 0,5 ponto na Selic.

Alguns traders esperam que a taxa chegue a 13,00% para controlar a inflação, mas o COPOM não parece precisar de medidas tão drásticas, uma vez que a meta de inflação de 3,00% lida com uma faixa de tolerância de até 4,50%.

Incidência da alíquota de 25% do IR

O Supremo Tribunal Federal (STF) começa a julgar, nesta sexta-feira (11), a validade da incidência da alíquota de 25% do imposto de renda (IR) retido exclusivamente na fonte sobre pensões e proventos de fontes situadas no Brasil e recebidos por pessoas físicas residentes no exterior.

De acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) deste ano, a Receita Federal estima um impacto de R$ 6 bilhões em caso de derrota.

EUA

Nesta sexta-feira (11), o mercado norte-americano observa mais um indicador da inflação com a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) em setembro.

Além disso, investidores monitoram o índice de confiança da Universidade de Michigan em outubro.

Falas de dirigentes do Federal Reserve (FED) seguem no radar. Dessa vez, Michelle Bowman discursa em evento, o que deve ser monitorado pelo mercado.

Dados e os juros

Os investidores norte-americanos foram surpreendidos por dados econômicos mistos nesta semana: uma inflação mais alta do que o esperado e um mercado de trabalho mais fraco.

Pedidos de auxílio-desemprego subiram para 258 mil, o maior número desde agosto de 2023, acima das expectativas de 229.000 vagas.

Ao mesmo tempo, o índice de preços ao consumidor (CPI) nos EUA subiu 0,2% em setembro, acima da previsão de 0,10%.

No comparativo anual, o núcleo da inflação também veio acima do esperado, e acelerou para 3,30%.

Raphael Bostic, membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês), sugeriu a possibilidade de uma pausa no aumento dos juros em novembro, o que reforça a incerteza no mercado financeiro.

Ele destacou que os dados recentes de inflação e emprego justificam uma postura mais cautelosa.

Essa combinação de fatores fez com que as apostas de manutenção da taxa pelo Federal Reserve (FED) em novembro subissem temporariamente de 11,00% para 22,00%, mas caíssem para 17,80% após a divulgação dos pedidos de auxílio-desemprego.

Europa

Alemanha – A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Alemanha desacelerou para 1,6% em setembro, contra variação de 1,90% registrada em agosto, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Destatis, o escritório de estatísticas do país.

Na comparação mensal, o índice de preços ao consumidor permaneceu estável.

Os números vieram em linha com as expectativas de analistas consultados pela FactSet, que já previam uma desaceleração.

Reino Unido – A produção industrial do Reino Unido avançou 0,50% em agosto em relação a julho, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (11) pelo ONS, o órgão de estatísticas do país.

O resultado superou as expectativas de analistas consultados pela FactSet, que previam um aumento de 0,20% no período.

Apesar do avanço mensal, a produção industrial britânica registrou uma queda de 1,60% na comparação anual, enquanto a expectativa era de uma retração de 1,10%.

A produção manufatureira, por sua vez, teve um crescimento mais robusto, a 1,10% em agosto ante julho, mas registrou uma ligeira queda de 0,30% em relação ao mesmo período do ano passado.