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Resumo
A publicação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de janeiro nos Estados Unidos (EUA) nesta quarta-feira (12) às 10:30 desponta como um fator crucial para as decisões do mercado financeiro.
Caso o dado seja mais fraco do que o esperado, isso pode atenuar a postura ” hawkish ” de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED), cujas declarações de ontem (11) no Senado norte-americano indicaram que o Banco Central dos Estados Unidos (EUA) não se apressa em retomar as cortes de juros.
Powell torna a discursar nesta quarta-feira, às 12:00, na Câmara dos Representantes, mas não se espera que haja grandes mudanças em relação ao discurso dado.
No Brasil, investidores focam em dados econômicos relevantes, como o desempenho do setor de serviços em dezembro com a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), marcada para ser divulgado às 9:00 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Brasil: como o nosso mercado digeriu o IPCA de janeiro?
Outro indicador relevante foi o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, que foi divulgado com uma variação de 0,16%, em linha com a mediana das estimativas do mercado financeiro.
Em dezembro, o índice havia subido 0,52%.
Embora o número de janeiro tenha sido mais baixo, a leitura dos preços ainda não foi uniforme.
Enquanto uma parte do mercado financeiro observou que a inflação subjacente acelerou menos do que o esperado, outros analistas destacaram que os preços em doze meses ainda permanecem elevados, com projeções de que fevereiro traga reajustes significativos em itens como educação e transporte.
A dinâmica de juros continua influenciada por esse cenário.
A curva de juros, que envolvia um prêmio, agora ajusta-se à expectativa de uma política monetária mais conservadora por parte de Jerome Powell. Isso foi refletido na queda do dólar, que igualmente favoreceu uma correção nos rendimentos do Ibovespa (IBOV).
EUA sobre o Brasil e o mundo: o peso da guerra de tarifas desencadeada por Trump
Além dos dados econômicos, os mercados continuam atentos à novela das tarifas comerciais que o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, anunciou para o Brasil.
Trump prometeu implementar tarifas recíprocas sobre aço e alumínio, o que gera preocupação nos investidores. A postura mais discreta do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da diplomacia do Brasil tem agradado ao mercado financeiro, pois evita uma reação impulsiva que poderia agravar a guerra comercial.
A decisão de Trump passou a ser acompanhada de perto por outros países, como o Canadá. O primeiro-ministro Justin Trudeau já anunciou que vai discutir com aliados ocidentais uma resposta “ firme e clara ” às tarifas de 25% sobre o aço e alumínio.
O governo brasileiro, por sua vez, analisa com cautela a situação e busca uma negociação direta com a Casa Branca para evitar maiores prejuízos.
De acordo com fontes da Agência Estado, o Brasil ainda pretende usar como argumento o fato de que as tarifas prejudicariam as empresas dos Estados Unidos (EUA), já que o nosso país investe substancialmente em carvão norte-americano, usado na produção de aço.
O governo segue com cautela, já que a implementação da tarifa foi prevista para o dia 12 de março, e qualquer resposta precipitada poderia intensificar a disputa comercial.
Brasil: internamente, Lula admite a possibilidade de novos cortes para melhor execução do Orçamento
No Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi questionado sobre a possibilidade de novos cortes fiscais em uma entrevista recente, e o líder do governo no Senado Federal, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que o mandatário estaria disposto a considerar novos ajustes, caso a situação fiscal do país exija. Existe a expectativa de que o governo revise o Orçamento de 2025 para incluir novas projeções de corte de gastos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), já informou que a previsão de rompimento no orçamento de 2024 vai ser maior do que a inicialmente projetada.
De acordo com as novas estimativas, o Ministério do Planejamento e Orçamento, de Simone Tebet (MDB-MS) agora aponta uma economia de até R$ 34 bilhões, dos quais R$ 19,0 bilhões seriam de economia efetiva, enquanto R$ 15,0 bilhões seriam destinados à compensação de pressões adicionais, especialmente por causa da inflação.
Brasil: investidores aguardam novas sinalizações de Gabriel Galípolo e observa dados do Banco Central
Nesta quarta-feira (10), os mercados acompanham a palestra de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC), às 10:00, no Rio de Janeiro (RJ).
A atenção se volta para a divulgação de outros dados econômicos, como o fluxo cambial semanal do Banco Central (BC), às 14:30.
Brasil: mercado financeiro digere os balanços financeiros de Suzano (SUZB3) e Totvs (TOTS3)
Empresas como Suzano (SUZB3) e Totvs (TOTS3) divulgaram seus balanços corporativos após o fechamento das negociações dos mercados.
Os olhos do mercado global se voltam ao Federal Reserve (FED) e à OPEP
Além disso, o mercado financeiro global acompanha a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), com as previsões de estoques do Departamento de Energia dos EUA (DoE) que indicam um aumento de 2,4 milhões de barris.
Os discursos dos membros do Federal Reserve (FED), Raphael Bostic e Christopher Waller, serão acompanhados atentamente pelos investidores.
Na sessão anterior…
Na última terça-feira (11), o mercado financeiro reagiu ao discurso de Jerome Powell no Senado norte-americano, onde o dirigente reiterou a postura restritiva da política monetária.
Existe a expectativa de que o Federal Reserve (FED) realize um corte de juros de 25 pontos base neste ano.
A declaração de Powell, combinada com outras intervenções de dirigentes do FED, reforçou a perspectiva de que a inflação nos EUA vai continuar a ser combatida com juros mais elevados por um longo período.
As tarifas de 25% anunciadas por Trump sobre as importações de aço e alumínio ainda dominam os debates, e o mercado reage de forma mista.
As ações de empresas de aço como Nucor e Steel Dynamics subiram, enquanto a Alcoa igualmente registrou ganhos.
Já o índice Nasdaq 100 caiu 0,36%, enquanto o Dow Jones e o S&P 500 apresentaram pequenas variações positivas.
Por aqui, a valorização do real tem influenciado a redução nos prêmios da curva de juros, um reflexo das expectativas positivas em relação à política monetária global.
O dólar, que registrou uma queda de 0,310%, fechou cotado a R$ 5,7678.
A B3 seguiu o movimento positivo, e o Ibovespa (IBOV) subiu 0,76%, impulsionado pela performance de ações de primeira linha, embora as blue chips de commodities apresentassem resultados mistos.