
ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:
- Fechamento: Dólar comercial (compra): -0,34%, cotado a R$ 5,851.
- – 9:03: Dólar comercial (compra): -0,51%, cotado a R$ 5,841.
Na sessão anterior…
Na última sexta-feira (11), o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,46%, cotado a R$ 5,871.
O que influencia o dólar?
Apesar de uma trégua temporária de noventa dias nas tarifas recíprocas do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, a taxação de 10% sobre todos os produtos importados segue em vigor para todos os países. As tarifas anteriores de 20% sobre importações da China continuam a valer.
A exclusão feita recentemente por Donald Trump da supertarifa de 125% sobre alguns eletrônicos chineses, como smartphones e computadores, ajudou a aliviar momentaneamente o setor de tecnologia, mas não muda o quadro geral de tensão.
Essa instabilidade pressiona o dólar por diferentes canais.
De um lado, o risco de inflação com produtos importados mais caros e, de outro, o temor de uma desaceleração da economia global — ou até de uma recessão — fazem com que investidores busquem ativos mais seguros, como o próprio dólar ou títulos do Tesouro americano.
No entanto, essa dinâmica tem sido afetada pela percepção de que os EUA já não oferecem a mesma confiança de antes, especialmente diante da atuação imprevisível da política comercial norte-americana.
O Federal Reserve (FED) também desempenha um papel central nessa equação. Com vários discursos de seus dirigentes previstos para a semana, o mercado financeiro vai estar atento para entender se a prioridade vai ser conter a inflação ou sustentar o crescimento.
A depender da sinalização do FED, o dólar pode se fortalecer, caso o mercado antecipe altas de juros, ou se enfraquecer, caso se espere uma postura mais branda.
A decisão de juros na Europa nesta mesma semana vai ser outro termômetro importante, uma vez que a região vai ser a primeira grande economia a reagir oficialmente às novas tarifas.
Brasil
Nesta segunda-feira (14), o mercado financeiro local observa as novas projeções do Boletim Focus, do Banco Central (BC), para o IPCA (inflação), PIB (crescimento), Selic (juros) e dólar até 2028.
Rumo da Selic em meio às tarifas de Trump
A intensificação da guerra comercial entre Estados Unidos (EUA) e China, com novas tarifas anunciadas por Donald Trump e retaliações chinesas, aumentou o temor de uma recessão global e pode impactar a próxima reunião do Comitê de Politica Monetária (COPOM) do Banco Central (BC), que define a taxa de juros Selic no Brasil.
Com a expectativa de menor crescimento e queda de preços no exterior, analistas veem chance de o Banco Central encerrar o ciclo de alta de juros em maio.
Antes do conflito, o mercado previa a Selic terminal a 15% ou mais, mas agora existem projeções abaixo desse patamar.
Atualmente, a taxa está em 14,25%, após um aumento de 1 ponto percentual.
EUA
Nesta segunda-feira (14), o mercado norte-americano observa as expectativas de inflação com indicador do Federal Reserve (FED).
Além disso, dirigentes da autarquia discursam:
- Thomas Barkin (13:00);
- Christopher Waller (14:00);
- Patrick Harker (19:00);
- Raphael Bostic (20:40).
Alívio para big techs
Donald Trump prometeu novas medidas após surpreender na sexta-feira (11) com a suspensão de tarifas sobre smartphones, PCs, servidores e outros produtos de tecnologia, em sua maioria montados na China.
O anúncio foi feito, na verdade, pela Agência de Alfândega, em benefício a big techs como Apple, Nvidia, Dell e HP, que agora pagarão tarifas reduzidas — de 45% para 5% em média — sobre cerca de US$ 385 bilhões em importações, apenas US$ 100 bilhões da China.
A maior isenção foi para PCs e servidores (US$ 140 bilhões), seguida por smartphones (US$ 41 bilhões).
A decisão gerou reação da China, que chamou a medida de “pequeno passo” e pediu o fim completo das tarifas.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse que a redução foi temporária e que os produtos serão reincluídos na área de semicondutores em breve.
Já Trump, em tom mais duro, afirmou que “ninguém está fora de risco” e prometeu mais detalhes nesta segunda-feira (14).
Mas sem alívio sobre a inflação…
A redução das tarifas para produtos de tecnologia não alivia a pressão inflacionária no varejo dos EUA, que enfrenta a perspectiva de aumentos de preços e escassez de produtos ainda neste mês, segundo o jornal Financial Times.
Estudos da Yale University indicam que lojistas se preparam para reajustar preços nas próximas semanas devido às tarifas de até 145% sobre importações da China, o que deve agravar a inflação e reduzir o consumo.
Os primeiros impactos devem ocorrer em alimentos frescos — os EUA importam 59,00% das frutas e 35,00% dos vegetais consumidos.
Já roupas e brinquedos, com estoques reforçados, podem sofrer aumentos mais tarde, especialmente se houver antecipação nas compras de volta às aulas.
Mercado de ações pressionado
Segundo o Financial Times, as tarifas de Trump abalam a confiança dos investidores nos ativos americanos. Investidores buscam alternativas em outros mercados e perdem fé nos títulos do Tesouro e no dólar.
“Eles estão perdendo o brilho do domínio hegemônico global (…) e é difícil imaginar o que poderá trazê-la de volta enquanto Trump estiver na Casa Branca.”
A reportagem destaca que o mercado de ações dos EUA agora carrega risco político, os títulos da dívida não são mais vistos como totalmente seguros, e o dólar deixou de agir como refúgio em tempos de crise.
O jornal conclui de forma pessimista:
“Aconteça o que acontecer, os mercados americanos carregarão uma cicatriz duradoura.”
Ásia
China – As exportações da China aumentaram 12,4% em março, o maior crescimento em cinco meses, acima da expectativa de 4,4%.
Esse salto ocorreu após fábricas acelerarem os embarques antes da entrada em vigor das novas tarifas dos EUA.
Apesar do resultado positivo, a intensificação da guerra comercial entre China e EUA obscurece as perspectivas para a indústria e o crescimento econômico chinês.
Economistas alertam que o aumento das tarifas por Trump pode impactar significativamente o comércio global e os investimentos empresariais.