Câmbio

DÓLAR HOJE - Trump e incertezas fiscais no Brasil influenciam o câmbio, com leilão do BC e reunião entre EUA e Rússia no radar

Moeda inicia o dia em leve alta e atinge cotação de R$ 5,716

Dólar hoje, SpaceMoney

ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • Fechamento: Dólar comercial (compra): -0,41%, cotado a R$ 5,688.
  • – 9:06: Dólar comercial (compra): +0,08%, cotado a R$ 5,716.

No último pregão…

Na última segunda-feira (17), o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,29%, cotado a R$ 5,712.

O que influencia o dólar?

A inflação acima do esperado e a desaceleração da economia brasileira indicam um possível dilema para a política monetária do País.

Se o mercado financeiro interpretar que o Banco Central (BC) precisa manter juros altos por mais tempo para conter a inflação, isso pode sustentar o real.

No entanto, a incerteza fiscal pode gerar aversão ao risco e pressionar o dólar para cima.

No exterior, a política monetária dos Estados Unidos (EUA) segue como um fator determinante.

O Federal Reserve (FED) deve manter os juros estáveis em março, mas o mercado financeiro vai estar atento às atas da reunião para entender os próximos passos.

Caso o documento sinalize que os cortes de juros podem demorar, o dólar tende a se fortalecer globalmente, o que impacta o câmbio no Brasil.

Além disso, as declarações do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, e o desfecho da questão tarifária também podem afetar o dólar.

Brasil

Nesta terça-feira (18), o mercado financeiro local lida com uma agenda de indicadores e eventos esvaziada.

Apesar disso, investidores monitoram o leilão de dólar de até US$ 3 bilhões para rolagem, promovido pelo Banco Central (BC).

Preocupações inflacionárias

Apesar da desaceleração econômica, a alta do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-10) e a piora das expectativas no Boletim Focus mantêm as preocupações com a inflação.

O Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), registrou um salto no IGP-10, de 0,53% em janeiro para 0,87% em fevereiro – uma variação maior que as previsões e que acumula uma alta de 1,40% no ano.

O economista André Galhardo prevê que esses dados impactarão o primeiro semestre de 2025 e manterão a inflação como tema central.

Apesar disso, o mercado ignorou o IGP-10 e a alta das projeções do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e priorizou o enfraquecimento da economia como fator deflacionário.

A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do 4º trimestre caiu para 0,4%, mas analistas alertam que a desaceleração pode ser insuficiente para conter a inflação.

Nesse sentido, o mercado financeiro começa a acreditar que o esfriamento da economia pode impedir a taxa básica de juros Selic de subir até 16,00%, com o câmbio também favorável a essa perspectiva.

Baixa popularidade de Lula anima o mercado financeiro

Investidores ainda comemoraram o desgaste do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a possibilidade de sua ausência na próxima eleição, o que impulsionou o otimismo no mercado financeiro.

A notícia de que Lula pode não disputar a reeleição, a depender de sua saúde, trouxe alívio ao mercado financeiro, enquanto o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), cogita concorrer se angariar o apoio de seu padrinho político, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Pesquisas que indicam queda na popularidade de Lula despertaram nos investidores o “medo de ficar de fora” (FOMO, na sigla em inglês), e leva-os a aumentar suas posições no Brasil, de acordo com o banco norte-americano J.P. Morgan.

O banco considera o Brasil um dos mercados mais fortes e destaca o bom desempenho das ações e do câmbio.

Com a alta dos preços, mais investidores se interessaram, impulsionados por fatores políticos, um dos poucos gatilhos locais para o mercado financeiro.

EUA

Nesta terça-feira (18), o mercado norte-americano observa o índice de atividade industrial Empire State de fevereiro, a ser informado pelo Federal Reserve (FED).

Além disso, discursos de dirigentes do FED seguem no radar, com Mary Daly Michael Barr.

Reunião entre EUA e Rússia sobre o conflito no leste europeu

Nesta terça-feira (18), os Estados Unidos (EUA) e a Rússia se reúnem na Arábia Saudita para discutir a guerra na Ucrânia, sem a presença de representantes ucranianos

Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, rejeita as negociações.

O encontro marca a primeira discussão oficial entre os países sobre um acordo de paz e ocorre após Donald Trump e Vladmir Putin concordarem em iniciar negociações imediatamente.

A reunião sinaliza uma mudança na política dos EUA, encerra o isolamento da Rússia desde a invasão de 2022 e busca restaurar relações bilaterais.

Do lado norte-americano, o secretário de Estado, Marco Rubio lidera a delegação. Já a Rússia vai ser representada por Sergei Lavrov e Yuri Ushakov.

O Kremlin afirmou que existem divergências sobre a segurança da Ucrânia e alianças militares, mas não pretende ditar questões sobre a soberania ucraniana.

Zelensky visita a Arábia Saudita um dia após a reunião, enquanto a Europa se mobiliza para não ficar de fora das negociações de paz.