Economia

DÓLAR HOJE - Commodities e corte de gastos no Brasil influenciam o câmbio, com Campos Neto e juros da China no radar

Moeda inicia o dia em alta de 0,2% e atinge cotação de R$ 5,758

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ATUALIZAÇÕES DAS COTAÇÕES DO DÓLAR:

  • 17:00: Dólar comercial (compra): +0,36%, cotado a R$ 5,76.
  • 9:16: Dólar comercial (compra): +0,21%, cotado a R$ 5,758.

Na sessão anterior…

Na última segunda-feira, 18 de novembro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,74%, cotado a R$ 5,74.

O que influencia a moeda?

A alta das commodities favoreceu a realização de lucros no mercado, que chegou a operar no positivo, impulsionado pelos treasuries longos e pela expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos, embora em ritmo menor do que o esperado.

No entanto, o foco permanece no aguardado pacote fiscal de cortes de gastos, que deve ser anunciado após o G20 no Rio de Janeiro, que tem seu último dia nesta terça-feira (19).

O impacto no câmbio vai depender do tamanho do pacote:

  • – cortes acima de R$ 60 bilhões podem valorizar o real;
  • – entre R$ 30 bilhões e R$ 50 bilhões já estão precificados;
  • – abaixo de R$ 30 bilhões podem pressionar o dólar para cima.

Brasil

Nesta terça-feira (19), o mercado financeiro local acompanha a divulgação do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), em sua 2ª leitura de novembro, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Além disso, investidores monitoram a participação de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), em evento da evento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

Campos Neto e a política fiscal

Na despedida da presidência do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, que antes evitava comentar sobre política fiscal, focou agora exclusivamente nesse tema.

Na última segunda-feira (18), ele destacou que o ideal seria que o pacote de ajuste fiscal priorizasse cortes de gastos em vez de aumento de receitas.

Segundo ele, o mercado financeiro entende que medidas baseadas em cortes têm mais potencial de gerar um choque positivo e evitar pioras na percepção sobre a política fiscal.

Espera-se um ajuste de R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, com propostas estruturais, como limitar os reajustes do salário mínimo a 2,5% acima da inflação, para alinhar-se ao novo arcabouço fiscal.

Embora o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), tenha sinalizado positivamente ao afirmar que as medidas estão definidas e serão anunciadas em breve, o mercado financeiro continua apreensivo.

Piso no corte de gastos?

Durante um evento online da Warren Investimentos, debatedores defenderam a desvinculação dos pisos constitucionais de Saúde e Educação como um ponto central para fortalecer o arcabouço fiscal.

No entanto, essa proposta tem poucas chances de ser adotada, segundo informações de bastidores.

Analistas sugerem que os gastos com essas áreas cresçam até 70% do aumento da receita, uma vez desvinculados da arrecadação.

O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto, destacou a necessidade de reformar os pisos constitucionais, e sugeriu o aumento do repasse ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), de 30% para 60%, e a inclusão de despesas tributárias no pacote de cortes.

Ele também elogiou a flexibilidade do novo arcabouço fiscal em comparação ao antigo teto de gastos, mas alertou que ele, sozinho, não resolve o problema do País.

Ana Paula Vescovi, analista do Santander, observou que o Brasil enfrenta desafios fiscais há mais de uma década, agravados pelo envelhecimento populacional e a pressão sobre a Previdência.

Para ela, o pacote fiscal deveria alterar a indexação de gastos com Saúde e Educação, que, junto com emendas parlamentares e o fundo constitucional do Distrito Federal (DF), torna o novo marco fiscal incoerente.

Emendas

A Câmara dos Deputados tenta, nesta terça-feira (19), chegar a um consenso sobre as alterações feitas pelo Senado Federal no projeto que modifica as regras para o uso de emendas parlamentares.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sofreu derrotas importantes na votação de duas propostas que poderiam ajudar a cumprir o arcabouço fiscal e integrar as emendas no pacote de cortes de gastos.

Uma das propostas rejeitadas permitiria ao governo federal cortar emendas para compensar o aumento de gastos obrigatórios e cumprir as metas fiscais.

A outra destinaria metade das emendas de comissão, derivadas do orçamento secreto, à saúde, o que reduziria em R$ 6 bilhões a necessidade de recursos para o piso constitucional da área.

G20

O Brasil conseguiu incluir no comunicado final da cúpula uma proposta de cooperação para taxar os super-ricos, para financiar ações contra a fome, a pobreza e reduzir desigualdades sociais.

Apesar disso, o documento reforçou a soberania tributária de cada País, o que enfraqueceu a ideia de uma taxação global.

Ainda assim, a diplomacia brasileira celebrou o avanço, e o tema vai ser debatido em futuras reuniões.

Lula estimou que uma taxação de 2% sobre o patrimônio dos super-ricos poderia gerar US$ 250 bilhões anuais para enfrentar desafios sociais e ambientais.

O presidente encerra sua participação no G20, almoça com Joe Biden e retorna a Brasília à tarde.

EUA

Nesta terça-feira (19), o mercado norte-americano segue com a agenda de indicadores esvaziada.

Europa

Zona do Euro – O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) da Zona do Euro atingiu 0,30% em outubro, frente aos -0,01% registrados no mês anterior.

A taxa anual da inflação ao consumidor acelerou para 2% em outubro, contra 1,70% em setembro, voltando a ficar em linha com a meta oficial de preços do Banco Central Europeu (BCE).

Ásia

China – Às 22:15, o banco popular da China (PBoC) decide a taxa de juros (LPR) de 1 e 5 anos.