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DÓLAR HOJE - Diferencial de juros entre Brasil e EUA influencia o câmbio

Moeda norte-americana inicia o dia em leve alta de 0,2% e cotação atinge R$ 5,68

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ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • Fechamento: Dólar comercial (compra) encerra em alta de 0,73%, cotado a R$ 5,717.
  • – 9:06: Dólar comercial (compra): +0,20%, cotado a R$ 5,687.

Na sessão anterior…

Na última quinta-feira (20), o dólar comercial (compra) encerrou em alta de 0,50%, cotado a R$ 5,676.

O que influencia o dólar?

A recente elevação da taxa básica de juros Selic para 14,25% ao ano e a sinalização de um possível novo aumento de 0,75% em maio tendem a fortalecer o real, uma vez que o ajuste torna os investimentos no Brasil mais atraentes devido ao diferencial de juros em relação aos Estados Unidos (EUA).

Por outro lado, o Federal Reserve (FED) manteve sua taxa no intervalo entre 4,25% e 4,50% e o presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, indicou que não existe pressa para ajustar os juros, uma vez que os impactos das tarifas de importação na inflação ainda são incertos.

Essa postura mais cautelosa pode enfraquecer o dólar globalmente, especialmente se outros países continuarem a elevar suas taxas.

No curto prazo, o mercado financeiro ajustou posições após uma sequência de pregões de baixa, em reflexo às incertezas sobre inflação e política monetária.

A possibilidade de juros mais altos no Brasil sugere uma valorização temporária do real, mas a trajetória do dólar também vai depender de fatores externos, como o comportamento da economia norte-americana e a resposta do Federal Reserve (FED) a novas pressões inflacionárias.

Brasil

Nesta sexta-feira (21), o mercado financeiro local opera com a agenda de indicadores e eventos econômicos esvaziada.

Fernando Haddad

Em entrevista a GloboNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), destacou que o impulso fiscal do ano de 2023 ocorreu porque o governo quitou quase R$ 100 bilhões em precatórios deixados pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – algo que não se repetiu em 2024.

Haddad reafirmou o compromisso do governo com a responsabilidade fiscal e disse compreender as preocupações do mercado financeiro, mas ressaltou que não pode pautar sua atuação apenas por elas.

Em defesa da reforma da renda, no âmbito da Reforma Tributária, o ministro citou a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) e afirmou que vai enfrentar a taxação dos mais ricos para promover justiça tributária.

O ministro explicou que a taxação de dividendos mira empresas que não pagam corretamente seus impostos, sem afetar aquelas enquadradas na legislação vigente.

Sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) elevar a taxa básica de juros Selic e sinalizar nova alta, Haddad reconheceu a leitura hawkish do mercado financeiro, mas evitou críticas diretas a autoridade monetária.

Nesta sexta-feira, 21 de março, Haddad concede entrevista ao Podcast Inteligência Ltda., às 19:00.

Pós-COPOM

O mercado financeiro consolidou a aposta em uma alta de 50 pontos-base na taxa básica de juros Selic em maio, o que elevaria o patamar a 14,75%.

A projeção intermediária para a Selic em 2025 segue em 15,00%, com estimativas variáveis entre 13,25% e 15,50%.

O comunicado do COPOM dividiu análises, mas afastou a possibilidade de um fim antecipado do aperto monetário, em confirmação à continuidade da política na presidência de Gabriel Galípolo.

O Itaú prevê dois aumentos de 0,50 p.p., com a Selic a 15,25% ao fim do ciclo.

Agora, o mercado financeiro aguarda a Ata do COPOM, programada para a próxima terça-feira (25), com detalhes sobre os efeitos da política monetária, o cenário inflacionário e o nível de incertezas.

Orçamento de 2025

O Congresso Nacional aprovou, por votação simbólica, o Orçamento de 2025, que agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após três meses de atraso.

As negociações foram impactadas por medidas de contenção de gastos e pela suspensão temporária das emendas parlamentares pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) prevê um superávit primário de R$ 15,0 bilhões, investimentos de R$ 89,4 bilhões e retirou os precatórios do limite de gastos anuais.

Educação e Saúde obtiveram investimentos acima do piso constitucional, com R$ 167,10 bilhões e R$ 232,60 bilhões, respectivamente.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) incluiu R$ 3,0 bilhões para o Vale-Gás e R$ 8,30 bilhões para despesas previdenciárias, mas reduziu R$ 7,70 bilhões do Bolsa Família.

As emendas parlamentares ficaram em R$ 50,5 bilhões, e o governo destinou R$ 18,0 bilhões do Fundo Social para o Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

O Poder Executivo garantiu o poder de remanejar 30% dos recursos discricionários, apesar da tentativa dos congressistas de reduzir esse percentual para 20%.

Além disso, o governo manteve flexibilidade no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pode realocar até 25,00% dos recursos sem precisar de nova aprovação legislativa.

Enquanto isso, o Pé-de-Meia, programa educacional de R$ 10 bilhões, ficou sem verba integral no Orçamento, com recursos garantidos apenas para um mês.

EUA

Nesta sexta-feira (21), o mercado norte-americano lidera com uma agenda de indicadores esvaziada, mas observa o dirigente do Federal Reserve (FED), John Williams, discursar em conferência em Bahamas.

Trump insiste em corte de juros publicamente

O presidente norte-americano, Donald Trump voltou à rede Truth Social na última quinta-feira (20) para sugerir que o Federal Reserve (FED) deveria cortar os juros.

Ele citou a queda nos preços de ovos, mantimentos e gasolina e argumenta que uma redução nas taxas seria benéfica para a economia norte-americana.

Na quarta-feira (19), logo após o FED manter os juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, Trump havia feito uma publicação semelhante.

Retaliação adiada

União Europeia (UE) adiou para meados de abril a imposição de tarifas retaliatórias contra os Estados Unidos (EUA), de acordo com fontes da Associated Press.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, confirmou o ajuste no cronograma das tarifas, que atingiriam produtos americanos como aço, alumínio, carne bovina e jeans.

A princípio, a UE previa medidas em duas fases, nos dias 1º e 13 de abril, ao total de € 26 bilhões (US$ 28 bilhões) em retaliações comerciais.

Donald Trump, por sua vez, pretende anunciar em 2 de abril tarifas “recíprocas” e elevar taxas para igualar os impostos cobrados por outros países.

Europa

Líderes europeus se reunirão em Paris, na França, na próxima semana para discutir questões ligadas aos EUA, com a presença de Reino UnidoFrança, Alemanha e países nórdicos.

As maiores potências militares da Europa elaboram planos para reduzir a dependência dos EUA na defesa do continente, com uma transição gerenciada em até dez anos.

As discussões buscam evitar o impacto de uma possível saída dos EUA da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), diante das ameaças de Donald Trump de enfraquecer ou abandonar a aliança.

Assim, o encontro também aborda a situação da Ucrânia e as exigências da Rússia no processo de paz.

Oriente Médio

Paralelamente, autoridades de Israel EUA se reunirão na Casa Branca para discutir questões estratégicas sobre o Irã.

Enquanto o ministro iraniano Seyyed Abbas Araghchi afirmou que vai responder à carta de Donald Trump nos próximos dias e destaca que o documento contém mais ameaças do que benefícios.