Economia

DÓLAR HOJE - Discurso de Trump e expectativas por juros no Brasil influenciam câmbio

Na última quarta-feira, 22 de janeiro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 1,41%, cotado a R$ 5,944

Dólar
-

ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • – 9:02: Dólar comercial (compra): -0,07%, cotado a R$ 5,941.

Na sessão anterior…

Na última quarta-feira, 22 de janeiro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 1,41%, cotado a R$ 5,944.

O que influencia o dólar?

O dólar à vista caiu abaixo de R$ 6 e alcançou a menor cotação em quase dois meses.

Esse cenário foi possível após o surgimento de sinais positivos em relação as tarifas do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, e pela possível alta da taxa básica de juros do Brasil, a Selic.

A postura menos agressiva de Trump sobre tarifas contra a China reduziu o risco de guerra comercial, o que favorece mercados emergentes e aumenta a atratividade do Brasil para investidores estrangeiros.

O cenário é ideal para o carry trade, com investidores aproveitando juros baixos nos EUA e taxas altas no Brasil.

Isso porque a Selic deve continuar subindo, segundo projeções do mercado, com o Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central (BC), focado na postura conservadora diante da inflação desancorada.

Analistas como o JPMorgan preveem que a taxa básica de juros, que atualmente está em 12,25% ao ano, pode superar 15,25% em 2025.

Enquanto isso, economistas alertam sobre impactos inflacionários vindos do Produto Interno Bruto (PIB) acima do potencial e repasses cambiais.

Apesar das preocupações, estudos indicam que o Brasil não enfrenta dominância fiscal.

Sobretudo, a decisão para a política monetária brasileira sai na próxima quarta-feira (29).

Brasil

Nesta quinta-feira (23), o mercado financeiro local segue com a agenda de indicadores econômicos esvaziada.

Mas dos lados dos eventos, haverá uma reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) e uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ministros, como Fernando Haddad (PT-SP)Rui Costa (PT-BA) e Sindônio Palmeira.

Foco em 2026

O governo já passou a adotar estratégias para impulsionar a popularidade de Lula para 2026, como adiantou o Valor Econômico. Nessa esteira, o plano passa por uma redução da inflação antes das eleições, com foco nos preços dos alimentos.

Medidas incluem ainda cortes em taxas do vale-alimentação e venda de remédios em supermercados.

Em novembro, o presidente da República recebeu propostas de indústrias e varejistas para aliviar a inflação alimentar. As sugestões buscam ampliar a escala de produção e reduzir custos.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou iniciativas para baratear alimentos, mas recuou após críticas, substituindo o termo “intervenções” por “medidas” para evitar controvérsias sobre artificialidade.

Economistas alertam contra soluções fora da política monetária e reelebram o fracasso das intervenções na era Dilma.

Nesse sentido, reuniões ministeriais definirão estratégias para conter preços. Ideias como mudar a validade dos produtos enfrentam resistência, enquanto a venda de remédios depende do aval do Ministério da Saúde.

EUA

Nesta quinta-feira (23), o mercado norte-americano observa o volume de pedidos de auxílio-desemprego na semana.

Além disso, o presidente Donald Trump participa, de forma virtual, do Fórum Econômico de Davos, o que gera expectativa e incertezas nos mercados.

Isso porque a postura branda com a China derrubou o dólar abaixo de R$ 6, mas ameaças a MéxicoCanadá e Rússia mantêm o clima volátil.

A percepção de tranquilidade no segundo governo de Trump é prematura. Analistas sugerem otimismo cauteloso, já que riscos de tarifas e sanções persistem, o que afeta o cenário global.

A União Europeia (UE) pode buscar cooperação com os EUA contra a China para evitar tensões comerciais.

Já no Brasil, a menor cotação do dólar favorece a balança comercial, apesar de fluxos cambiais negativos até 17 de janeiro.

Sobretudo, a ameaça de tarifas de 25% a México e Canadá até 1º de fevereiro segue no radar. Caso Trump mantenha uma postura moderada, a política monetária americana pode se tornar menos conservadora, favorecendo os mercados emergentes.

Ásia

Japão – Pela noite, às 20:30, sai o Índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês). Além disso, às 21:00 será informado o Índice gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto.