Economia

DÓLAR HOJE - Pressão de Trump sobre Fed e juros do Japão influenciam o câmbio, com dados de inflação do Brasil no radar

Moeda inicia o dia em queda e atinge cotação de R$ 5,91

dólar
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ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • – 9:18: Dólar comercial (compra): -0,24%, cotado a R$ 5,911.

Na sessão anterior…

Na última quinta-feira, 23 de janeiro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,34%, cotado a R$ 5,925.

O que influencia o dólar?

O discurso do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, em Davos, foi interpretado como uma sinalização de estabilidade, já que ele não anunciou novas tarifas comerciais nem apresentou ameaças concretas.

Essa postura menos agressiva desmontou as expectativas de mudanças abruptas, tranquilizou o mercado e deve refletir no dólar durante esse último pregão da semana.

Além disso, Trump pressionou publicamente por cortes imediatos nas taxas de juros dos Estados Unidos, apesar da autonomia do Federal Reserve (Fed).

Essa perspectiva de política monetária mais branda cria expectativas de maior liquidez no mercado, o que reduz a atratividade do dólar como investimento de alto rendimento.

Paralelamente, o Banco do Japão decidiu aumentar sua taxa de juros, fortalecendo o iene e criando mais pressão sobre o dólar, já que os títulos japoneses se tornam mais competitivos em termos de retorno.

Contudo, a ausência de grandes novidades ou surpresas no cenário econômico global também têm contribuído para o enfraquecimento do dólar.

Brasil

Nesta sexta-feira (24), o mercado financeiro local observa o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de janeiro, a ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Na agenda de eventos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reúne com ministros para debater o preço dos alimentos.

Cautela

governo recuou de declarações polêmicas sobre intervenção nos preços dos alimentos e cogitou medidas para aliviar os custos.

Contudo, a ideia de criar uma rede popular de alimentos subsidiada gerou pressão no mercado financeiro, mesmo com a queda do dólar.

Apesar do impacto inicial, fontes governamentais reconheceram a necessidade de buscar soluções sem aumentar gastos.

Isso reflete o ceticismo do mercado em relação ao compromisso fiscal do presidente Lula, evidenciado em declarações recentes.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), desmentiu boatos sobre subsídios e afirmou que não há espaço fiscal para tais medidas.

Já Rui Costa (PT-BA), da Casa Civil, reforçou que não haverá criação de rede popular, congelamento de preços ou subsídios estatais para alimentos.

Nesse sentido, o governo analisa alternativas como redirecionar crédito para produtos básicos e ajustar a taxa dos vales-refeição, embora isso beneficie principalmente trabalhadores formais e servidores públicos, deixando a maioria da população de fora.

A alta dos preços dos alimentos tornou-se uma prioridade para Lula, que luta para melhorar sua popularidade. Em 2024, itens como carne e café lideraram os aumentos. A busca por soluções será central nos próximos meses.

EUA

Nesta sexta-feira (24), o mercado norte-americano acompanha a divulgação do índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de janeiro, em fase preliminar.

Além disso, observa o sentimento do consumidor com uma pesquisa da Universidade de Michigan.

Trump exige redução de juros pelo Fed

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, pediu redução imediata das taxas de juros, ao criticar o Federal Reserve (Fed) durante discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos na Suíça.

O republicano participou do evento de forma virtual e afirmou que, com a queda dos preços de energia, os juros deveriam cair globalmente, sugerindo maior controle sobre a política monetária.

Apesar das declarações, Trump não pode forçar cortes nas taxas de juros devido à independência do Fed, liderado por Jerome Powell.

Essa autonomia, considerada crucial, impede interferências políticas diretas, mesmo com a pressão da Casa Branca.

Embora o mercado espere cortes modestos até 2025, o Fed mantém postura “dependente de dados”, priorizando o controle da inflação e estabilidade econômica.

Ainda no evento, Trump afirmou entender mais de juros que o banco central norte-americano e espera influenciar decisões futuras.

Esse discurso de Trump agradou Wall Street. Ele também defendeu relações comerciais justas com a China, elogiou Xi Jinping e sugeriu colaboração chinesa para encerrar a guerra na Ucrânia.

Ásia

Japão – O Banco do Japão (BoJ) elevou as taxas de juros de 0,25% para 0,50%, maior nível em 17 anos, indicando possíveis novos aumentos caso a economia e a inflação correspondam às expectativas.

A projeção para a inflação ao consumidor subiu de 1,9% para 2,4%, com fatores como o iene fraco, reajustes salariais e a diferença entre os juros dos títulos japoneses e americanos impulsionando o aperto monetário.

Após três reuniões sem mudanças, o BoJ decidiu agir diante da inflação acima da meta e pressões econômicas crescentes.

Europa

Zona do Euro – O índice PMI composto da zona do euro subiu de 49,6 em dezembro para 50,2 em janeiro e atingiu o maior nível em cinco meses.

No setor industrial, o PMI avançou de 45,1 para 46,1, maior patamar em oito meses, também acima da previsão de 45,4.

Já o PMI de serviços caiu de 51,6 para 51,4, levemente abaixo do consenso de 51,5, refletindo uma desaceleração no segmento.

Banco Central Europeu – Christine Lagarde participa de conversa em Davos.