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DÓLAR HOJE - Tarifas de Trump e falas de Haddad influenciam o câmbio, com Ata do COPOM e Federal Reserve no radar

Moeda norte-americana inicia o dia em queda e atinge cotação de R$ 5,745

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ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • Fechamento: Dólar comercial (compra): -0,78%, cotado a R$ 5,706.
  • – 9:09: Dólar comercial (compra): -0,11%, cotado a R$ 5,745.

Na sessão anterior…

Na última segunda-feira (24), o dólar comercial (compra) se valorizou em 0,6%, cotado a R$ 5,752.

O que influencia o dólar?

Apesar do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, afirmar vai dar uma pausa em tarifas para alguns países, a proximidade da implementação de tarifas recíprocas gera cautela nos mercados ao redor de todo o mundo. O episódio eleva a volatilidade e o temor de uma guerra comercial prejudicial à economia global.

No Brasil, a projeção de um menor crescimento e uma inflação persistente no Boletim Focus reforça a incerteza sobre a economia brasileira.

Esse cenário somado à recente fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), sobre possíveis mudanças no arcabouço fiscal trouxe incertezas e eleva o risco percebido no Brasil, com aumento da demanda por dólares.

Haddad afirmou que quando o país tiver estabilidade da dívida pública, além de Selic e inflação comportadas, vai ser possível mudar parâmetros que balizam o arcabouço fiscal, mas não a arquitetura baseada em limite de gasto e meta de resultado primário.

“Depois, quando você estiver numa situação de estabilidade da dívida (em relação ao) PIB, você tiver uma Selic mais comportada e uma inflação mais comportada, você vai poder mudar os parâmetros do arcabouço. Mas, na minha opinião, não deveríamos mudar a arquitetura”, disse.

Diante disso, o mercado reagiu mal, ainda que o ministro não tenha sugerido de fato mudanças que possam enfraquecer o arcabouço fiscal.

Apesar disso, investidores monitoram a ata do Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central (BC), que nos forneceu novas pistas sobre o rumo dos juros.

LEIA MAIS: Ata do COPOM: ciclo de alta da Selic não chegou ao fim, mas próximo aumento vai ser menor

Brasil

Nesta terça-feira (25), o mercado financeiro local observa a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM), do Banco Central (BC), que decidiu elevar a taxa Selic para 14,25% ao ano.

Além disso, investidores monitoram a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP) em evento da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), às 8:00.

Isenção do IR

Representantes dos governos estaduais se reunirão nesta terça-feira (25) com o ministro Fernando Haddad (PT-SP), da Fazenda, para discutir a ampliação da isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que recebem até R$ 5 mil.

O encontro busca esclarecer como vai ser a compensação para evitar impactos financeiros nos cofres estaduais e municipais com a perda de arrecadação do imposto.

Estados e municípios pressionam parlamentares desde a apresentação da proposta, porque temem prejuízos com a isenção do IR pago pelos servidores públicos.

A princípio, os municípios perderiam cerca de 12% da arrecadação da folha, equivalente a R$ 4,8 bilhões, enquanto os Estados, com salários mais altos, perderiam aproximadamente 6%.

Haddad foi mal interpretado?

O mercado financeiro local reagiu mal a uma fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), em evento do jornal Valor Econômico, e fez o dólar atingir R$ 5,77, refletido por uma desconfiança sobre sua postura econômica.

O ministro disse que não haveria “vergonha” em mudar parâmetros do arcabouço fiscal, mas afirmou que não faria alterações, o que gerou especulações sobre metas fiscais.

Haddad negou distorções e reforçou, em rede social, que estaria confortável com o arcabouço fiscal e pretende fortalecê-lo, como fez com medidas anteriores.

Itaú Morgan Stanley minimizaram a repercussão, destacaram que a fala foi mal interpretada e que ajustes podem fortalecer o arcabouço fiscal e não enfraquecê-lo.

EUA

Nesta terça-feira (25), o mercado norte-americano acompanha a divulgação do índice da Conference Board, que releva a confiança do consumidor em março.

Além disso, investidores monitoram os discursos de dirigentes do Federal Reserve (FED): Adriana Kugler John Williams.

Pausa nas tarifas

O presidente Donald Trump confirmou que pode conceder pausas em tarifas para alguns países, mas prometeu anunciar novas sobretaxas nos próximos dias.

As novas tarifas devem atingir automóveis, madeira, chips, aço, alumínio e fármacos, além de penalizar países que negociam com a Venezuela.

Uma ordem executiva foi emitida e estabeleceu um imposto de 25% sobre petróleo venezuelano importado pelos EUA a partir da quarta-feira da próxima semana, 2 de abril.

O governo norte-americano sinalizou flexibilidade, o que aliviou os mercados. Nesse sentido, o premier canadense, Mark Carney, se mostrou disposto a conversar com Donald Trump sobre as medidas.