
ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:
- Fechamento: Dólar comercial (compra): +0,42%, cotado a R$ 5,732.
- – 9:20: Dólar comercial (compra): +0,05%, cotado a R$ 5,711.
Na sessão anterior…
Na última terça-feira (25), o dólar comercial (compra) fechou em queda de 0,78%, cotado a R$ 5,706.
O que influencia o dólar?
No Brasil, a ata do Comitê de Política Monetária (COPOM), divulgada na última terça-feira (25), impactou o dólar ao sinalizar um possível fim do ciclo agressivo de alta da taxa básica de juros Selic.
A incerteza sobre a inflação e a redução no ritmo de aumento dos juros diminuem a atratividade do real, uma vez que taxas mais altas tornam o País mais interessante para investidores estrangeiros.
Nos EUA, declarações de Donald Trump sobre possíveis alívios tarifários e dados econômicos fracos nos EUA, como a queda na confiança do consumidor e vendas de casas abaixo do esperado, reforçam a perspectiva de que o Federal Reserve (FED) pode adotar uma postura menos agressiva em relação aos juros, o que enfraquece o dólar.
Além disso, investidores aguardam o Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE), indicador favorito do Fed para decisões de política monetária, a ser divulgado na próxima quinta-feira (27).
Caso os dados mostrem inflação controlada, as apostas em cortes de juros nos EUA podem aumentar e pressionar ainda mais o dólar.
Por outro lado, a trégua marítima na guerra entre Rússia e Ucrânia reduz riscos geopolíticos e melhora o apetite por ativos emergentes, o que contribui para a valorização do real.
Brasil
Nesta quarta-feira (26), o mercado financeiro local observa os dados de transações de conta corrente e de investimentos diretos privados (IDP) de fevereiro, divulgados pelo Banco Central (BC).
Em fevereiro de 2025, o IDP acumulado em doze meses atingiu US$ 72,50 bilhões, equivalentes a 3,38% do Produto Interno Bruto (PIB). O ingresso líquido de IDP totalizou US$ 9,30 bilhões em fevereiro de 2025, contra US$ 6,50 bilhões em janeiro de 2025 e US$ 5,30 bilhões em fevereiro de 2024.
Em fevereiro de 2025, o déficit em transações correntes nos doze meses somou US$ 70,2 bilhões, equivalentes a 3,28% do PIB.
Comitiva brasileira no Japão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) convidou os japoneses a investirem no Brasil, ao afirmar que “somos um porto seguro”.
O convite de Lula aconteceu durante discurso no Fórum Empresarial Brasil-Japão, em Tóquio.
Nesse sentido, o presidente anunciou dez acordos de cooperação e mais de 80 convênios com instituições japonesas.
Ata do COPOM
Após a leitura da Ata do Comitê de Política Monetária (COPOM), o CME Group aponta que o mercado financeiro ainda espera cortes nos juros este ano, dividido entre duas ou três reduções de 25 pontos-base.
Isso porque a ata do COPOM trouxe um tom mais rígido, e indica que as taxas podem permanecer elevadas por mais tempo – o que impulsionou os prêmios do DI e valorizou o real.
Após a ata, analistas mantiveram a projeção da Selic em 14,75% para maio, com um aumento de 50 pontos-base, alinhado ao guidance do COPOM.
Para junho e julho, a expectativa intermediária segue em 15,00% – o que sugere um ajuste final de 25 pontos-base no ciclo de alta dos juros.
A ata reforçou a incerteza sobre o ciclo total de aperto monetário, mencionou o compromisso com a convergência da inflação e reacendeu apostas de juros acima de 15,00%.
O parágrafo 10 da Ata destacou o aumento das expectativas de inflação em todos os prazos, o que indica maior desancoragem e agrava o cenário inflacionário.
Na escrita, o COPOM reconheceu a preocupação geral com a desancoragem das expectativas e indicou que combater esse movimento vai ser essencial para futuras decisões de política monetária.
Diante disso, o mercado segue atento à política fiscal expansionista do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que continua como um fator de risco relevante para a trajetória dos juros.
Medidas como o crédito consignado privado, o saque retido do FGTS e a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) podem pressionar o IPCA de 2026 para cima – o que elevaria a necessidade de ajustes na política monetária.
O novo crédito consignado privado já liberou R$ 340 milhões em concessões, com 48 mil contratos fechados e valor médio de R$ 7.000,00 por trabalhador.
Já a isenção do Imposto de Renda (IR) enfrenta resistência de governadores e prefeitos, que temem perdas de arrecadação com a mudança na tributação de servidores públicos.
O secretário da Receita Federal minimizou o impacto da isenção do IR, e calcula perdas abaixo de R$ 5 bilhões, mas reconheceu a tensão em sua tramitação no Congresso Nacional.
EUA
Nesta quarta-feira (26), o mercado norte-americano observa os dirigentes do Federal Reserve (FED), Neel Kashkari e Alberto Musalem, discursarem em evento, às 11:00 e 14:10, respectivamente.
Tarifas em contagem regressiva
O presidente Donald Trump confirmou a aplicação das tarifas para a próxima quarta-feira, 2 de abril, e expressou entusiasmo pelo o que tem chamado de Dia da Libertação dos Estados Unidos (EUA), com promessas de crescimento econômico e geração de empregos.
O presidente criticou duramente a União Europeia (UE), e acusou o bloco de explorar os EUA.
Diante disso, o Goldman Sachs alertou para tarifas recíprocas surpreendentes, possivelmente próximas de 20%.
Assim, investidores em Nova York adotam cautela diante da incerteza sobre os impactos inflacionários e econômicos das medidas comerciais de Trump, especialmente na contagem regressiva para sua implementação.
Parcelado em 2x
Trump planeja implementar o novo regime tarifário em duas etapas, com a combinação de tarifas recíprocas imediatas e um sistema investigativo para possíveis aumentos tarifários.
O plano inclui investigações sobre parceiros comerciais, permite tarifas de até 50% e garante arrecadação para os cortes de impostos previstos por sua gestão.
O UBS vê grande incerteza, enquanto o Deutsche Bank projeta tarifas de 50% para a China e cerca de 10% para outros países. O ING alerta para impactos no crescimento dos EUA.
A União Europeia (UE) restringiu as importações de aço isento de tarifas para proteger sua indústria siderúrgica contra exportações elevadas e barreiras comerciais dos EUA.
A Comissão Europeia reduziu a taxa de liberalização de 1% para 0,10% e eliminou a transferência de cotas não utilizadas para o próximo trimestre.
As restrições entram em vigor em 1º de julho e visam fortalecer a produção, recuperar mercado, impulsionar empregos e estimular investimentos em aço de baixo carbono.
Rússia vs. Ucrânia
Investidores acompanham as negociações entre Ucrânia e Rússia para garantir a navegação segura no Mar Negro e proibir ataques a instalações de energia, com a redução dos preços do petróleo.
O Kremlin confirmou um cessar-fogo de 30 dias, inclusive em instalações russas e ucranianas, com possibilidade de prorrogação caso ambas as partes concordem.
Esse acordo vai ser invalidado se houver violações, e a Rússia condiciona sua participação à remoção de sanções específicas.
Os EUA prometeram restaurar o acesso russo à exportação de produtos agrícolas e fertilizantes, além de reconectar bancos russos ao sistema SWIFT.