
ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:
- Fechamento: Dólar comercial (compra): +0,13%, cotado a R$ 5,759.
- 9:24: Dólar comercial (compra): +0,32%, cotado a R$ 5,770.
Na sessão anterior…
Na última terça-feira (25), o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,42%, cotado a R$ 5,732.
O que influencia o dólar?
O anúncio de tarifas de 25% sobre veículos importados pelos Estados Unidos (EUA) e a expectativa de tarifas recíprocas a partir da próxima quarta-feira, 2 de abril, aumentam as tensões da guerra comercial, o que eleva a demanda pelo dólar como ativo de proteção.
No Brasil, a desaceleração da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) para 0,64% reforça a expectativa de um ciclo de aperto monetário menos agressivo, o que reduz a atratividade do real frente ao dólar.
Nesse sentido, o Relatório de Política Monetária (RPM) do Banco Central (BC) indicou um aperto mais longo, mas em menor magnitude, o que favorece a valorização da moeda norte-americana.
Nesta sexta-feira (28), o mercado acompanha a divulgação do Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) nos EUA, indicador-chave para as decisões do Federal Reserve (FED) sobre juros.
Se o índice vier acima do esperado, pode fortalecer ainda mais o dólar.
Brasil
Nesta sexta-feira (28), o mercado local observa dados do mercado de trabalho, com o relatório PNAD Contínua do trimestre até fevereiro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) reporta o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED de fevereiro.
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Além disso, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) informa o Índice de Geral de Preços – Mercado (IGP-M), referente ao mês de março.
Desaceleração econômica
O Relatório de Política Monetária, divulgado na última quinta-feira, 27 de março, indicou uma desaceleração da atividade econômica, com o hiato do produto projetado para recuar de 0,6% no primeiro trimestre para -0,8% no terceiro trimestre.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central (BC), reforçou essa interpretação em entrevista, e sugeriu que a autarquia pode encerrar o ciclo de aperto em breve, com a manutenção dos juros elevados por mais tempo para conter a inflação.
Após o relatório, um levantamento da AE mostrou que o mercado financeiro ainda antevê a Selic em 14,25% em maio e 15,00% em junho e julho, com ajuste final de 25 pontos-base.
No entanto, o relatório não avaliou o impacto das medidas de estímulo ao consumo lançadas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para tentar recuperar popularidade e impulsionar a reeleição.
A cada nova pesquisa que indica uma alta reprovação ao governo, iniciativas populistas se sucedem, o que intensifica a preocupação do mercado com a política fiscal.
Questionado sobre esse cenário, Galípolo afirmou que o Banco Central (BC) revisou a projeção do PIB de 2,10% para 1,90%, sem considerar a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) ou o crédito consignado privado.
Apenas o saque-aniversário do FGTS foi incluído nas projeções da autoridade monetária para inflação e atividade econômica.
Além das medidas do Poder Executivo, o Congresso Nacional tentou estender por mais um mês o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).
A lei de abril de 2024 prorrogava o benefício até o ano de 2027 ou até atingir R$ 15 bilhões em renúncias, valor que, segundo a Receita Federal, foi alcançado.
No fim do dia, Haddad descartou ampliar o programa, mas prometeu uma auditoria. Se a Receita Federal confirmar um valor abaixo dos R$ 15 bilhões, o governo pode buscar uma compensação.
EUA
Nesta sexta-feira (28), o mercado norte-americano monitora o Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE), referente ao mês de fevereiro.
Além disso, vai ser observado o sentimento do consumidor com o levantamento da Universidade de Michigan
Do lado dos eventos, uma nova rodada de falas de dirigentes do Federal Reserve (Fed), dessa vez por: Michael Barr e Raphael Bostic.
Guerra comercial generalizada
Líderes mundiais criticaram a decisão dos Estados Unidos (EUA) de impor tarifas de 25% sobre carros importados, e alertam para retaliações e impactos econômicos negativos.
O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, anunciou medidas de grande impacto e declarou o fim da relação econômica e militar com os EUA, o que provocou ameaças de Donald Trump.
Trump respondeu no Truth Social, e ameaçou aumentar tarifas contra o Canadá e a União Europeia (UE) caso atuem para prejudicar a economia norte-americana.
Líderes europeus condenaram a medida. Olaf Scholz chamou a decisão de erro estratégico, enquanto Emmanuel Macron prometeu retaliação. A UE garantiu uma resposta “oportuna e robusta”.
A líder mexicana, Claudia Sheinbaum, sinalizou uma reação no dia 3 de abril. Coreia do Sul, Japão e Reino Unido indicaram possíveis represálias.
A Fitch Ratings alertou para os primeiros impactos das tarifas no comércio global e identificou Índia, Brasil e África do Sul como potenciais alvos de retaliações em 2 de abril.
O risco tarifário levou a Moody’s a considerar cortar a nota AAA dos EUA, diante de previsões de déficits e juros mais altos.
Especialistas alertam para efeitos inflacionários. O Goldman Sachs prevê alta inevitável da inflação, com tarifas sobre carros a elevarem o núcleo de preços em 0,2 ponto percentual.
O Barclays estima que a inflação média vai subir de 2,90% para 3,0% e o PIB dos EUA pode desacelerar de 2,8% para 1,50% neste ano.
Europa
Reino Unido – O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido cresceu 0,10% no quarto trimestre de 2024 em relação ao trimestre anterior.
Na comparação anual, a economia britânica avançou 1,50% entre outubro e dezembro, e superou a estimativa inicial de 1,4%.
Em 2024, o PIB do país cresceu 1,10%, acima da leitura anterior de 0,90% e uma aceleração em relação ao aumento de 0,4% registrado em 2023.