ATUALIZAÇÕES:
- – 17:00: Dólar comercial (compra): +1,16%, cotado a R$ 5,621.
- – 9:13: Dólar comercial (compra): +0,49%, cotado a R$ 5,583.
Na última sessão
Na última quarta-feira, 28 de agosto, o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,99%, cotado a R$ 5,556.
Algumas movimentações internas influenciaram diretamente as cotações da moeda no último pregão. Uma delas foi a declaração do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto (RCN), de que a alta de juros seria uma possibilidade concreta por aqui.
Com isso, Roberto Campos Neto alerta sobre o descolamento das expectativas de inflação e a necessidade de o Banco Central (BC) agir para cumprir a meta.
O líder da autoridade monetária mencionou preocupações com a dinâmica fiscal, onde as despesas superam as receitas, e observou que a recente alta do dólar pressiona a inflação.
E, ainda, a indicação de Gabriel Galípolo para substituir Campos Neto na presidência do BC impactou a curva de juros e impulsionou o dólar.
Com os olhos no exterior, o mercado financeiro se atenta à possível redução de juros nos Estados Unidos (EUA), com chances de 65,00% para corte de 25 pontos-base e 35,00% para corte de 50 pontos-base em setembro, a depender da inflação medida pelo Índice de Preços de Gastos de Consumo Pessoal (PCE), indicador-chave para as decisões de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) do Federal Reserve (FED).
Brasil
IGP-M
Nesta quinta-feira (29), o mercado financeiro local observa o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de agosto, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), popularmente conhecido como a inflação do aluguel, variou 0,29% em agosto, uma desaceleração em relação ao mês anterior, quando registrou taxa de 0,61%, informou o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), nesta quinta-feira, 29 de agosto.
Com esse resultado, o índice acumula alta de 2,00% no ano e de 4,26% nos últimos doze meses.
Em agosto de 2023, o índice havia registrado taxa de -0,14% no mês e acumulava queda de 7,20% em doze meses.
Estatísticas de crédito
Hoje, o Banco Central (BC) divulgou ainda uma nota sobre a política monetária e operações de crédito.
O saldo das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN) atingiu R$ 6,0 trilhões em julho, com avanço de 0,2% no mês, informou o Banco Central (BC) nesta quinta-feira, 29 de agosto. Em doze meses, a alta foi de 10,30%.
Para as pessoas físicas (PF), o saldo da carteira de crédito livre registrou alta de 1,0% no mês e cresceu 10,6% em doze meses.
A carteira de crédito direcionado para PF cresceu 0,70% em julho e 13,50% em doze meses.
Já para as pessoas jurídicas (PJ), o saldo da carteira de crédito livre apurou queda de 1,60% em julho e crescimento de 6,10% em doze meses.
A carteira de crédito direcionado para PJ registrou alta de 0,4% no mês e alta de 11,10% na comparação interanual.
Banco Central
Além disso, Diogo Guillen, dirigente da autarquia, palestra em evento em Frankfurt, às 11:15. Roberto Campos Neto (RCN), presidente da autoridade monetária, participa à noite (19:15) do CNN Talks.
Recepção ao nome de Gabriel Galípolo na presidência do BC
As reações à indicação de Gabriel Galípolo foram majoritariamente positivas, com avaliações do Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) voltadas a destacar sua capacidade e comprometimento com a independência do Banco Central.
O ex-presidente do Banco Central e economista Armínio Fraga afirmou esperar que Galípolo use sua proximidade com o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para promover o ajuste fiscal.
Outros ex-diretores da autarquia veem Galípolo como um teste para a autonomia da instituição.
A MB Associados não prevê grandes mudanças, mas notou certa desconfiança. RB Investimentos questiona sua postura sobre intervenções cambiais e o ciclo de corte de juros.
Pezco e Banco Master apontam que a comunicação do Banco Central (BC) e a economia aquecida serão desafios críticos.
Politicamente, Gabriel Galípolo enfrenta pressão do Partido dos Trabalhadores (PT), com lideranças como o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) e a deputada federal e presidente da legenda Gleisi Hoffmann (PT-PR) enfáticos na defesa por reduções imediatas na taxa básica de juros Selic.
Essa nomeação pode render novas reações no mercado financeiro nesta quinta-feira (29).
Revisão de gastos
A coletiva conjunta dos Ministérios do Planejamento e Orçamento e da Fazenda sobre a revisão de gastos de R$ 25,90 bilhões para 2025 foi considerada decepcionante e sem novidades, com foco em pente-fino em programas sociais e previdenciários, sem mudanças em despesas obrigatórias.
Mais da metade do corte (R$ 13,70 bilhões) deve vir da revisão cadastral do Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Se a revisão não atingir os resultados esperados, o governo pode ter que realizar bloqueios e contingenciamentos em 2025.
Questionado sobre a ausência de medidas estruturais, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que essas medidas estão em andamento.
Diante disso, a Warren Investimentos vê a revisão como um sinal concreto de contenção de gastos.
EUA
Nesta quinta-feira (29), o mercado norte-americano acompanha a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.
Além disso, números de pedidos semanais de seguro-desemprego serão informados.
Um dirigente do Federal Reserve (Fed), Raphael Bostic, também fala às 16:30.
Europa
Alemanha – Divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de agosto.
Ainda nesta semana…
Sexta-feira (30):
O Banco Central publica uma nota sobre a política fiscal e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa a PNAD Contínua.
No exterior, destaque para a taxa de desemprego na Alemanha e na Zona do Euro, região que divulga seu Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) de agosto.
Além disso, os dados de gastos e rendimentos pessoais nos EUA.
A China, por sua vez, divulga o PMI (Índice de Gerentes de Compras, na sigla em inglês) Composto de julho.