Nesta terça-feira (7), o dólar comercial (compra) encerrou em queda de 0,12%, cotado a R$6,103.
ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:
- – 9:24: Dólar comercial: -0,34%, cotado a R$ 6,089.
Na sessão anterior…
Na última segunda-feira, 6 de janeiro, o dólar comercial (compra) fechou em queda de 1,14%, cotado a R$ 6,11.
O que influencia o dólar?
A primeira onda de derretimento do dólar em 2025 reflete uma combinação de fatores locais e internacionais.
No cenário externo, a especulação de tarifas comerciais menos agressivas nos Estados Unidos, no governo do republicano Donald Trump, impulsionou a queda do dólar, pois o mercado reagiu positivamente à ideia de menor protecionismo.
Já no Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), descartou aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), mudanças no regime cambial ou cortes de gastos.
O gesto alivia pressões imediatas, mas mantém dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal no médio prazo.
Além disso, analistas indicam que o aumento da fiscalização do Fisco sobre operações financeiras pode reforçar o cumprimento de leis tributárias, mas também trazer cautela por parte de investidores.
Contudo, as atenções estão voltadas ao relatório Payroll, a ser divulgado na próxima sexta-feira (10), e indica a força do mercado de trabalho norte-americano. O documento influencia as decisões monetárias do Federal Reserve (FED) sobre taxas de juros.
Um resultado forte pode reverter expectativas de cortes nas taxas, e fortalecer o dólar novamente.
Paralelamente, riscos geopolíticos como a guerra na Ucrânia, o conflito no Oriente Médio e tensões que envolvem reféns do Hamas continuam a impactar a percepção de risco global.
Brasil
Nesta terça-feira (7), o mercado financeiro local observa o Índice de Preços ao Produtor (IPP), a ser divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A Receita Federal informa a arrecadação da União em novembro e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) apresenta dois índices importantes: Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), referente a dezembro, e a primeira leitura prévia do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) para o mês.
Além dos indicadores, o mercado financeiro monitora a participação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP), no programa Estúdio i, da GloboNews, às 13:30.
A entrevista com Haddad ocorre um dia após o ministro negar a alta do
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para conter a escalada do dólar.
Estresse fiscal e o governo Lula
Christopher Garman, diretor da Eurasia para as Américas, duvida que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) consiga reduzir o estresse fiscal, ao observar esforços tímidos e insuficientes.
Embora Garman confie na autonomia de Gabriel Galípolo na presidência do Banco Central (BC) e descarte uma crise iminente, avalia que a janela para reformas fiscais já se fechou no Congresso Nacional.
Apesar de investidores estrangeiros serem menos alarmistas que os brasileiros, Garman destaca que permanecem cautelosos, e isso dificulta uma maior entrada de capital no País.
Diante das incertezas, Fernando Haddad interrompeu suas férias para discutir o Orçamento de 2025 com o presidente da República, além de regulamentações para o pacote fiscal aprovado.
Rui Costa (PT-BA), ministro da Casa Civil, e Haddad já planejam a reunião ministerial com o petista, enquanto o publicitário Sidônio Palmeira passou a ser cogitado para assumir a Secretaria de Comunicação Social (Secom) – o que seria um sinal de mudanças estratégicas.
EUA
Nesta terça-feira (7), o mercado norte-americano monitora novos dados do mercado de trabalho, com o relatório JOLTS.
Além disso, investidores observam o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto e de Serviços, referentes a dezembro.
Ansiedade em relação a Donald Trump
A cautela com o retorno de Donald Trump à Casa Branca permanece, embora mercados tenham reagido positivamente à possibilidade de tarifas comerciais mais brandas, conforme sugerido por reportagem do Washington Post.
Trump desmentiu a matéria em rede social, e classificou-a como fake news. Mesmo assim, o Ibovespa subiu, o dólar caiu e o mercado se mostrou otimista.
Investidores ainda ponderam se o republicano vai suavizar sua postura protecionista ou manter retórica agressiva, cenário que pode complicar significativamente o Brasil.
De toda modo, o cientista político Ian Bremmer já alerta que o retorno do bilionário Donald Trump torna o ambiente mais perigoso para países em desenvolvimento, especialmente o Brasil, segundo ele.