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DÓLAR HOJE - Ataque de Trump ao Fed, preço do petróleo e tarifas influenciam o câmbio

Na última quinta-feira (17), o dólar comercial (compra) fechou em queda de 1,03%, cotado a R$ 5,804

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Na última quinta-feira (17), o dólar comercial (compra) fechou em queda de 1,03%, cotado a R$ 5,804.

O que influencia o dólar?

A queda do petróleo, refletida do avanço nas negociações entre Estados Unidos e Irã, reduziu expectativas inflacionárias globais e enfraqueceu temporariamente a moeda americana.

Esse efeito foi intensificado pelo feriado nos mercados locais, em um cenário de menor liquidez.

Ao mesmo tempo, os ataques do presidente Donald Trump ao presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, geraram preocupação com a independência da política monetária dos EUA.

A possibilidade de interferência direta no comando do Fed assusta os investidores, o que gera uma maior procura por ativos alternativos como o bitcoin e contribui para a queda do dólar.

Além disso, a incerteza provocada pelas políticas tarifárias dos EUA continua a abalar as projeções de crescimento global.

O adiamento parcial das tarifas, que será acompanhado de novos dados de atividade (PMIs), não aliviou a insegurança das empresas, que relatam dificuldades em planejar suas operações.

As tarifas elevam os custos de insumos e tendem a pressionar a inflação, ao mesmo tempo em que reduzem a atividade econômica.

Caso a arrecadação com tarifas seja utilizada para financiar cortes de impostos, o déficit fiscal dos EUA pode se agravar, o que também pesa contra a confiança na moeda americana.

Nesse cenário, a China, principal alvo das tarifas, anunciou a manutenção de sua taxa de juros e adotou medidas para fortalecer o yuan.

Ao ampliar o crédito transfronteiriço e incentivar o uso de tecnologias como blockchain em serviços financeiros, Pequim busca internacionalizar sua moeda e reduzir a dependência do dólar.

Brasil

Nesta terça-feira (22), o mercado financeiro local observa as novas projeções do Boletim Focus, do Banco Central (BC), para o IPCA (inflação)Selic (juros)PIB (crescimento) dólar em 2025, 2026, 2027 e 2028.

Além disso, investidores monitoram a participação de Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, na audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.

EUA

Nesta terça-feira (22), o mercado norte-americano monitora dos dados industriais e de serviços em abril, a serem informados pelo Federal Reserve (Fed).

Além disso, observa os dirigentes da autarquia, Phillip Jefferson Patrick Harker, discursarem.

Trump x Powell

Após o discurso de Jerome Powell em Chicago sobre os efeitos negativos das tarifas, Donald Trump intensificou os ataques, ao acusar o Fed de prejudicar a economia.

Além disso, a sinalização do Fed de manter os juros entre 4,25% e 4,50% frustrou investidores e irritou ainda mais o presidente.

Powell afirmou que o Fed avalia qual mandato priorizar. Sugeriu alta de juros, contrariando expectativas de cortes e reforçando sua cautela.

Na segunda-feira (21), Trump minimizou a inflação e, na Truth Social, exigiu cortes imediatos, acusando Powell de desacelerar a economia com juros altos.

Ao mesmo tempo, cresce a especulação sobre uma possível demissão de Powell e o temor de que o Fed perca sua independência institucional.

Segundo analistas, essa ameaça supera até as tarifas, pois abala a credibilidade do Fed e da liderança econômica americana.

Esses cortes motivados politicamente aumentariam a inflação, exigindo correções mais duras depois, o que comprometeria a estabilidade econômica.

HSBC reforçou a crítica: as políticas comerciais dos EUA já prejudicaram a imagem do dólar, antes visto como um ativo de proteção.

Com isso, a moeda perdeu força diante do euro e do iene. O banco agora aposta no franco suíço como alternativa mais segura.

Já a Pimco questiona a sustentabilidade do dólar como moeda de reserva e recomenda aos investidores reduzirem sua exposição na divisa americana.

A gestora também sugere posições ligadas ao aumento da inclinação da curva de juros e mais alocação em renda fixa global.

BlackRock, por sua vez, recomenda apenas Treasuries curtos como forma de proteção. Já os de longo prazo estão subavaliados.

Para a gestora, as pressões de Trump por redução rápida do déficit podem elevar os juros dos Treasuries, gerando novas tensões.

Segundo a BlackRock, as negociações tarifárias imprevisíveis afugentam investidores estrangeiros e dificultam o financiamento da dívida pública americana.

China vs. EUA

Enquanto alertava contra acordos comerciais desfavoráveis, a China ordenou que fundos estatais suspendessem novos aportes em private equity dos EUA, segundo o Financial Times.

Sob pressão de Pequim, investidores chineses deixaram de comprometer capital com gestoras americanas e, em alguns casos, pediram exclusão total de negócios nos EUA.

A China Investment Corporation (CIC) e outros fundos estatais estão entre os que recuam, marcando uma mudança significativa na estratégia de investimentos externos.

Por décadas, instituições como a CIC e a SAFE impulsionaram o crescimento do private equity americano, hoje um setor de US$ 4,7 trilhões.

Essa reviravolta reflete a intensificação das tensões comerciais entre China e Estados Unidos, que seguem em trajetória de confronto.