Câmbio

DÓLAR HOJE - Nova reação da China às tarifas de Trump influencia o câmbio, com inflação no Brasil e nos EUA no radar

Após China elevar as tarifas sobre os EUA a 125%, moeda norte-americana inicia o dia em queda de 1,2% e atinge cotação de R$ 5,82

Sobre o Apoio

Ipê Investimentos Investimentos Acessar site
Dólar
-

ATUALIZAÇÕES DA COTAÇÃO DO DÓLAR:

  • Fechamento: Dólar comercial (compra): -0,46%, cotado a R$ 5,871.
  • – 9:11: Dólar comercial (compra): -1,22%, cotado a R$ 5,826.

Na sessão anterior…

Na última quinta-feira (10), o dólar comercial (compra) fechou em alta de 0,92%, cotado a R$ 5,898.

O que influencia o dólar?

Nesta sexta-feira, 11 de abril, a China ampliou a retaliação aos Estados Unidos (EUA), ao anunciar uma elevação de 84,0% para 125,0% nas tarifas sobre produtos estadunidenses.

Esse movimento impacta o dólar no dia, pois a escalada da guerra comercial alimenta ainda mais a volatilidade sobre a moeda norte-americana.

O anuncio chinês acontece após Donald Trump anunciar uma pausa de 90 dias nas tarifas, menos para países como a China, que o revidaram. Não satisfeito, o republicano ainda ampliou as tarifas sobre a China de 125% para 145%.

Para além do conflito, a economia norte-americana preocupa o mercado financeiro. Os Estados Unidos apresentaram dados do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) abaixo do esperado, o que sinaliza menor pressão inflacionária.

Porém, o Federal Reserve (FED) avalia o conjunto de indicadores antes de tomar decisões.

A queda da confiança do consumidor e o risco de recessão aumentam a expectativa de que os juros norte-americanos possam subir menos do que o previsto, o que impacta diretamente o dólar frente a outras moedas.

Na China, o governo aposta em estímulos fiscais para reverter a perda de fôlego da economia. Esse esforço tenta compensar os danos da guerra comercial, mas os efeitos ainda são incertos e demoram a aparecer.

Enquanto isso, no Brasil, o cenário também demonstra muita indefinição. A Selic está em 14,25% ao ano, e o mercado não tem consenso sobre o que o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central vai fazer em maio. Qualquer sinal de mudança na política monetária pode gerar movimento brusco no câmbio, especialmente num contexto global tão volátil.

Essas incertezas, aliadas ao risco de recessão global, também impactam fortemente o dólar.

Brasil

Nesta sexta-feira (11), o mercado financeiro local observa o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice atingiu 5,48% no acumulado em doze meses após a inflação de março vir em 0,56%, pressionada por alimentos.

Por sua vez, o Banco Central (BC) informa o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), popularmente conhecido como a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), referente a fevereiro.

Haddad, e as tarifas?

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP) deve comentar nesta sexta-feira (11), à BandNews, a crise tarifária mundial deflagrada pelos Estados Unidos (EUA).

A entrevista acontece às 8:50 e espera-se que o político evite posições firmes, pois o Brasil busca acordo sobre aço e alumínio.

Apesar da expectativa, Haddad afirmou que existe muita insegurança, uma vez que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (EUA), não deixou diretrizes claras. Por isso, prefere aguardar definições antes de agir.

Tarifa Social de Energia Elétrica

Na quinta-feira (10), Haddad desmentiu estudos no Ministério da Fazenda ou no Ministério da Casa Civil sobre ampliar a tarifa social de energia, o que contrariou a declaração do ministro Alexandre Silveira (PSD-MG), de Minas e Energia (MME).

Desafios fiscais

Além disso, negou mudanças na meta de superávit de 0,25% do PIB para 2026. O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) vai ser divulgado na próxima terça-feira, dia 15 de abril.

E a desoneração da folha voltou…

Haddad ainda comentou a possível audiência de conciliação entre governo federal e Senado Federal no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a desoneração da folha de pagamentos de dezessete setores, devido à perda de arrecadação.

O ministro Cristiano Zanin, relator do tema no Supremo Tribunal Federal (STF), solicitou manifestação do Senado Federal após alerta da Advocacia- Geral da União (AGU) sobre prejuízo de R$ 20,2 bilhões em 2024.

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta garantir no STF uma compensação, seja por revisão do benefício, regras mais rígidas ou exigência de solução por parte do Congresso Nacional.

Essa discussão figura entre as maiores preocupações da equipe econômica nos próximos meses, diante do impacto fiscal e da complexidade política envolvida.

Planejamento

O Supremo Tribunal Federal (STF) informou por meio de nota que o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, se reuniu com a ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS), para discutir temas relacionados à Lei Orçamentária Anual e à Lei de Diretrizes Orçamentárias

EUA

Nesta sexta-feira (11), o mercado norte-americano monitora os números do Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) e seu núcleo relativo a março.

Além disso, investidores acompanham, mais um vez, o discurso de dirigentes do Federal Reserve (Fed): Alberto Musalem (11:00) e John Williams (12:00).

China amplia retaliação aos EUA

Donald Trump tentou animar investidores e disse querer um acordo com a China e retomar relações com Xi Jinping.

No entanto, parece que as negociações nem chegaram a entrar em curso. A China anunciou na manhã desta sexta-feira (11), pelo horário de Brasília, que vai aumentar as tarifas de importação de produtos que chegam dos Estados Unidos de 84% para 125%.

Essa nova taxação foi mais uma reposta às medidas impostas por Donald Trump. Na quinta-feira (10), os EUA explicaram que as tarifas impostas ao país asiático somam 145%.

A Capital Economics estima que a tarifa de 145% pode reduzir o PIB global em até 1% nos próximos dois anos.

A China sofreria o maior impacto, com queda de 1,2% no PIB. Canadá e México também sentiriam os efeitos, pela dependência da economia norte-americana.

Já União Europeia, Índia e Japão enfrentariam impactos moderados. O Reino Unido, por sua vez, praticamente não seria afetado.

Para o BTG Pactual, o impasse pressiona os preços das commodities, o que prejudica exportadores da América Latina, como o Brasil.

Além disso, o banco de investimentos alerta que a incerteza pode afugentar investimentos no Brasil, pois empresas buscarão mercados com moedas mais fortes e estáveis.

Na tentativa de conter os temores, Peter Navarro afirmou que Índia, Austrália e Reino Unido já negociam com os EUA e que acordos sairão em breve.

ii. Reguladores chineses impuseram limites diários de 50 milhões de yuans (US$ 6,8 milhões) para vendas líquidas de ações por fundos de hedge e investidores institucionais, via alertas verbais de corretoras, para estabilizar mercados

UE busca acordo, mas alerta para retaliação

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirmou que a União Europeia (UE) busca um acordo equilibrado com os EUA, mas está pronta para escalar a guerra comercial se necessário.

Entre as contramedidas estudadas, a UE considera taxar receitas de publicidade digital, o que afetaria gigantes como Meta, Google e Facebook.

Trump, por sua vez, elogiou a UE por recuar em retaliações, e citou o exemplo da China, que enfrentou tarifa norte-americana de 145% em seus produtos.

A dirigente reforçou que vai negociar com a União Europeia como bloco, e descartou acordos bilaterais com países membros.

Enquanto isso, a China tenta se aproximar da Europa, e usou a relação como ferramenta diplomática em meio ao impasse com os EUA.