No dia 15 de março, o Brasil registrou consumo recorde de energia elétrica devido à onda de calor registrada no dia. O dado foi divulgado no domingo (17) pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
Neste período, o país registrou recorde de consumo de energia, às 14h37, quando 102.438 megawatts estavam sendo consumidos. Aparelhos de refrigeração para conter a temperatura estão entre os principais responsáveis pela máxima.
A ocorrência acende um alerta em relação às mudanças climáticas, considerando que estes recordes estão sendo batidos em um curto espaço de tempo.
A máxima anterior havia sido registrada no dia 7 de fevereiro deste ano. No dia, a demanda máxima foi de 101.860 MW. Desde novembro de 2023, o SIN vem registrando sucessivos recordes na demanda instantânea.
“Não podemos nos esquecer do que aconteceu há 3 anos. É muito recente. O país correu um sério risco de precisar racionar energia, pois passávamos pela pior crise hídrica da nossa história. Graças aos nossos investimentos nas fontes solar e eólica, o problema não foi mais grave. Se não aumentarmos os investimentos em novas fontes renováveis e na sua integração com o sistema, podemos ver o cenário de 2021 se repetir”, ressalta.
Em 2023, o mundo viveu o ano mais quente de toda a história. Após meses de otimismo em relação aos reservatórios trazerem tranquilidade para o sistema elétrico, o CMSE determinou, no início de março, medidas para preservar reservatórios das hidrelétricas, devido ao baixo volume de chuvas do período úmido.
As medidas visam reter 7% do armazenamento de energia do Sudeste/Centro-Oeste, porém os reservatórios continuam apresentando níveis confortáveis. Entretanto, em 2021, a maior seca dos últimos 91 anos atingiu o país, e quase levou o Brasil para uma catástrofe econômica e social, caso o país não tivesse investido em outras fontes de energia e as chuvas não tivessem ocorrido em 2022.
“Não podemos nos esquecer do que aconteceu há 3 anos. É muito recente. O país correu um sério risco de precisar racionar energia, pois passávamos pela pior crise hídrica da nossa história. Graças aos nossos investimentos nas fontes solar e eólica, o problema não foi mais grave. Se não aumentarmos os investimentos em novas fontes renováveis e na sua integração com o sistema, podemos ver o cenário de 2021 se repetir”, afirma Pedro Coletta, analista de Energia na Equus Capital.
No levantamento realizado pela Equus Capital sobre os recordes da semana passada, foi possível apontar a importância das novas fontes renováveis de energia que ingressaram no sistema elétrico brasileiro, principalmente nos últimos 20 anos.
No momento com maior demanda de energia, 19,7% estavam sendo gerados por parques solares e 7,3% por fontes eólicas, totalizando 27%.
“Não precisamos acionar mais termelétricas, extremamente custosas, para atender a demanda inesperada. Isso mostra a importância da diversificação da nossa matriz. A geração de energia solar foi dentro da esperada, mas a eólica excedeu 1.353 MW médios das expectativas, atendendo todo o consumo inesperado, na ordem de 1.200 MW médios, e suprindo 10,71% de consumo do dia”, afirmou Coletta.
O analista afirmou ainda que este foi um divisor de águas, já que a geração solar e eólica demonstraram seu valor para o sistema elétrico brasileiro.
"Embora novos recordes de consumo e demanda máxima tenham se estabelecido, não foi necessário o aumento da geração térmica e nem uso de reservatórios, auxiliando na difícil missão de preservar os reservatórios, em momentos com afluências de chuvas abaixo da média histórica", explica.
A única fonte limpa e renovável de energia em que é possível estocar energia em grandes volumes é a hídrica, através dos reservatórios, que precisam estar constantemente cheios, para abastecer a população e agricultura com água e suportarem as crises climáticas e o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
O sistema elétrico funciona equilibrando, a todo momento, o consumo e a geração. O aumento da geração eólica e solar, que são fontes não controláveis, possibilita a preservação dos reservatórios, pois as hidrelétricas não precisam assumir a parte da energia gerada por essas fontes. Dessa forma os reservatórios funcionam como uma grande bateria, barata e eficiente.
A Equus Capital, gestora focada em teses inevitáveis de longo prazo, investe em energia renovável e prepara o início da fase 1 do seu grande projeto de energia renovável no Nordeste, com investimento de R$ 1 bilhão.