Economia

EUA: inflação ao consumidor reforça corte de 50 pontos na taxa de juros em setembro, diz analistas

Guide Investimentos aposta que dados mostram a necessidade de cortes mais agressivos pelo Fed, devido à fraqueza do mercado de trabalho

EUA: inflação ao consumidor reforça corte de 50 pontos na taxa de juros em setembro, diz analistas

Analistas de mercado apostam que o Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, cortará as taxas de juros em 50 pontos-base na próxima reunião de setembro, após o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) indicar que a inflação anual nos Estados Unidos da América (EUA) desacelerou pelo quarto mês consecutivo, atingindo 2,9% em julho de 2024, menor nível desde março de 2021.

O índice ficou abaixo das expectativas de 3% e marcou uma queda em relação aos 3% registrados em junho.

O núcleo do CPI, que exclui alimentos e energia, também recuou para 3,2%, confirmando a tendência de arrefecimento da inflação.

Além disso, o Índice de Preços do Produtor (PPI), que registrou um aumento modesto de 0,1% em julho, abaixo das previsões de 0,2%, também reforça a perspectiva de um cenário inflacionário mais contido.

Dessa forma, para Yuri Alves e Victor Beyruti Guglielmi, analistas da Guide Investimentos, esses dados corroboram a ideia de que o Fed deve adotar uma postura mais agressiva na redução das taxas de juros, especialmente após os sinais de enfraquecimento do mercado de trabalho.

A Guide prevê que o Fed cortará as taxas em 50 pontos base na próxima reunião de setembro, em resposta à evolução negativa do mercado de trabalho. Contudo, a corretora acredita que o Fed evitará sinalizar os próximos passos na reunião de novembro, devido aos riscos de uma possível reaceleração inflacionária e os potenciais ruídos relacionados à dinâmica eleitoral.

Para a Guide, o início do ciclo de cortes nas taxas de juros é necessário, pois a inflação já não é mais a principal preocupação para o cumprimento do duplo mandato do Fed.

“Assim, espera-se um corte mais acentuado nas taxas, enquanto o banco central americano mantém uma postura vigilante diante das incertezas econômicas e políticas”, conclui.