O relatório de empregos norte-americano, Payroll, referente ao mês de julho, mostrou resultados abaixo das expectativas do mercado, reforçando a possibilidade de um corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro, como aposta analistas do mercado.
O relatório divulgado nesta sexta-feira (2), revelou a criação de apenas 114 mil vagas de trabalho, bem abaixo da previsão de 176 mil.
Além disso, o número de empregos do mês anterior foi revisado de 215 mil para 179 mil.
Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, interpretou o relatório como um indicativo de que o Fed pode optar por um corte de juros em sua reunião de setembro. Ele destacou que a maior parte das novas vagas criadas são dos setores de saúde, construção, transporte e armazenamento, enquanto houve uma redução no setor de informação.
Dados salariais e taxa de desemprego
Além disso, os dados salariais também foram fracos, com um aumento mensal de 0,2% e uma redução anual de 3,6%, alinhando-se com a visão do Fed de que a inflação não está sendo pressionada.
A taxa de desemprego subiu para 4,3%, a maior desde novembro de 2021, superando o consenso de mercado que esperava manutenção.
Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, observou que os dados negativos, somados aos resultados fracos das gigantes de tecnologia, ampliam os temores de uma deterioração econômica mais significativa.
“Desde ontem, os mercados reagem negativamente, amplificando o clamor daqueles que defendem que o FOMC já deveria ter iniciado o ciclo de cortes nas taxas de juros. A ansiedade até a próxima reunião promete ser alta e divergências se formam nas apostas sobre intensidade e velocidade nos ajustes futuros de política monetária. A única certeza é que a volatilidade continuará a comandar o jogo”, antecipa Igliori.
Dessa forma, a expectativa é que a próxima reunião do Federal Open Market Committee (FOMC) tenha discussões intensas e incertezas sobre o futuro econômico.