2025 começa agora

Ameaça de Trump pode descarregar produtos chineses no Brasil? Entenda o caso

Em meio a cenário conturbado, o presidente eleito dos Estados Unidos promete implementar uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses logo no seu primeiro dia de mandato

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Antes mesmo de assumir oficialmente seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump tem intensificado sua postura agressiva em relação à China.

A guerra comercial que já está em andamento pode ter consequências não apenas para a relação bilateral entre os dois países, mas também para economias globais, como a do Brasil, que já enfrenta desafios com a crescente importação de produtos chineses.

Em meio a esse cenário, Trump promete implementar uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses logo no seu primeiro dia de mandato.

A medida, que promete afetar diretamente o comércio internacional, pode gerar impactos também para o Brasil, apontou uma reportagem do jornal Folha de S.Paulo.

Trump ameaça aumentar tarifas para frear concorrência

A medida proposta por Trump, embora voltada para Pequim, pode reverberar em diversas economias globais, como o Brasil.

De acordo com especialistas, a China atravessa uma conjuntura econômica difícil, com uma margem reduzida para diminuir sua produção industrial.

Caso os produtos chineses sejam barrados no mercado norte-americano, existe a tendência de que Pequim busque novos destinos para sua produção excedente.

O Brasil, um dos maiores mercados em desenvolvimento, se posiciona como um possível destino dessa oferta.

China, o principal parceiro comercial do Brasil

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a China já ocupa a primeira posição na lista de importações do Brasil.

Entre janeiro e outubro deste ano, o Brasil adquiriu US$ 52 bilhões em produtos chineses, 24% de tudo o que foi importado.

A China atravessa uma atividade econômica relativamente fraca. A meta de crescimento do PIB para 2024, de 5%, que seria considerada uma dádiva para o Brasil, tem sido vista como modesta para a economia chinesa.

Nos últimos anos, o regime de Xi Jinping tem promovido uma transição do motor econômico do país, com uma ênfase crescente no setor de tecnologia, ao mesmo tempo que o setor imobiliário, que historicamente representava cerca de 25% do PIB chinês, começa a apresentar sinais de estagnação.

Em crise, o setor imobiliário tem gerado efeitos em cadeia, afetando tanto o consumo quanto os investimentos no país. Como resultado, os chineses aumentaram a taxa de reserva dos novos períodos, o que significa que consomem menos.

O excesso de produção do gigante asiático e as implicações para o Brasil

Com o excesso de produção, a China pode redirecionar seus produtos para mercados em desenvolvimento, como o Brasil.

Oss produtos que provavelmente serão direcionados ao mercado brasileiro incluem itens como aço, carros, televisões, computadores, celulares e outros eletrônicos, categorias nas quais a China tem um grande domínio e que também são fortes nas economias em desenvolvimento.

Especialistas no Brasil já se preparam para um possível aumento da importação de produtos chineses, com cálculos dos setores como o comércio e a indústria sobre os riscos dessa mudança.

Recentemente, o governo aumentou para 25% a tarifa de importação para painéis solares, um mercado amplamente dominado pelos fornecedores chineses.

Em 2025, tarifas poderão ser aumentadas para proteger setores como o automotivo, por exemplo. Nesse contexto, o Brasil poderia pensar em uma estratégia de absorver produtos de forma estratégica, aproveitar os preços mais baixos dos produtos chineses, enquanto implementa tarifas seletivas em setores-chave, como máquinas, energia, tecnologia e infraestrutura.

As informações são do jornal Folha de S.Paulo.