
A tensão gerada pelas tarifas comerciais também chegou a Wall Street. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, afirmou que a economia dos Estados Unidos pode se encaminhar para uma recessão. Segundo ele, as tarifas impostas por Trump afetam os mercados financeiros de forma significativa.
Dimon destacou, em entrevista ao programa “Mornings With Maria” da Fox Business, que a volatilidade do mercado — inclusive quedas expressivas como os 2.000 pontos perdidos no Índice Industrial Dow Jones — alimenta o medo entre os investidores e consumidores. “Faz você sentir que perdedinheiro na sua aposentadoria. Você precisa cortar gastos“, comentou.
Medidas recíprocas da China agravam cenário
Em um desdobramento recente da guerra comercial, a China anunciou uma tarifa de 84% sobre todos os produtos americanos — um salto de 50 pontos percentuais.
A resposta imediata do mercado foi negativa: os futuros do Dow Jones caíram mais de 800 pontos e os rendimentos dos títulos do Tesouro (Treasuries) de 10 anos subiram quase 20 pontos-base.
Economistas do próprio JPMorgan preveem uma leve recessão, e o PIB dos EUA deve encolher 0,30% neste ano, após um período anterior de forte crescimento.
Dimon muda tom e sugere acordos comerciais
Apesar de já ter apoiado tarifas em declarações anteriores — como durante o Fórum Econômico Mundial em Davos, quando afirmou que a inflação era um custo aceitável pela segurança nacional — Dimon agora adota uma postura mais cautelosa.
Ele sugeriu que os EUA deveriam buscar acordos comerciais com seus parceiros para evitar maiores danos à economia.
“Respirem fundo, negociem alguns acordos comerciais. Melhor coisa que eles podem fazer“, aconselhou o executivo.
Apoio à indicação de Michelle Bowman para o FED
Além das preocupações com a guerra comercial, Dimon também se posicionou sobre política monetária.
Ele incentivou o Senado norte-americano a confirmar a nomeação de Michelle Bowman como vice-presidente de supervisão do Federal Reserve. A audiência de confirmação da governadora foi marcada para esta quinta-feira (11).
A nomeação de Bowman tem sido vista como estratégica para fortalecer a supervisão do sistema bancário e garantir maior estabilidade financeira em tempos de incerteza econômica.