No primeiro mês de Trump...

Inflação: preços ao consumidor nos EUA sobem 0,5% em janeiro, acima do esperado

No acumulado de doze meses, a inflação do país atingiu 3%, o que supera as projeções iniciais do mercado

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) foi a 0,5% no mês de janeiro, como apontaram dados divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Departamento do Trabalho norte-americano.

No acumulado de doze meses, a inflação do país atingiu 3%, o que supera as projeções iniciais do mercado.

Economistas esperavam um crescimento menor no índice, com previsão média de 0,30% para janeiro e de 2,90% no acumulado anual, conforme levantamento realizado pelo Broadcast.

No entanto, os números oficiais ficaram acima dessas estimativas e sinalizam um cenário de inflação mais persistente do que o esperado.

Núcleo da inflação surpreende

O chamado núcleo do CPI, que exclui preços voláteis como os de alimentos e energia, também apresentou um crescimento superior às previsões.

O indicador avançou 0,4% no mês de janeiro e acumulou 3,30% nos últimos doze meses. Analistas esperavam um aumento de apenas 0,30% no mês e 3,10% no período anual.

Dados apontam tendência de aceleração da inflação

Os novos dados indicam um aumento na pressão inflacionária nos Estados Unidos (EUA).

Em dezembro, o CPI havia registrado uma alta mensal de 0,4%, enquanto o núcleo da inflação subira 0,2% no mesmo período.

O cenário reforça as incertezas quanto à evolução dos preços ao longo de 2025 e pode influenciar decisões futuras da política monetária do Federal Reserve (FED).

Impacto das tarifas comerciais de Donald Trump sobre a inflação medida pelo CPI

O aumento da inflação ocorre em um momento de tensão comercial gerado pelas recentes medidas protecionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Nesta semana, Trump assinou decretos que impõem tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. Com essa decisão, foram canceladas isenções e cotas livres de impostos que beneficiavam importantes parceiros comerciais, como Brasil, Canadá, México e outros países.

Retaliação comercial e reações internacionais influenciam inflação medida pelo CPI

O impacto das novas tarifas já começa a gerar reações globais. No início do mês, Trump anunciou uma tarifa adicional de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos. Em resposta, os dois países ameaçaram impor medidas similares sobre produtos americanos.

Para evitar um agravamento da crise comercial, os governos do Canadá e do México conseguiram negociar um acordo temporário, que suspende a vigência das novas taxas por 30 dias.

Por outro lado, a China não conseguiu o mesmo tratamento. O governo chinês foi alvo de uma tarifa de 10% sobre seus produtos e não conseguiu chegar a um entendimento com Washington.

Como retaliação, Pequim já implementou medidas contra produtos norte-americanos e intensificou o risco de uma escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Ameaças a outros países

O governo dos Estados Unidos também ameaçou impor tarifas à Colômbia, caso o país não aceite o retorno de imigrantes ilegais deportados pelo governo americano.

A medida faz parte da estratégia de endurecimento da política migratória de Trump, que busca pressionar governos estrangeiros a colaborarem com as políticas de deportação dos EUA.

Novas tarifas podem ser anunciadas em breve: como a inflação nos EUA pode se comportar?

As tensões comerciais podem se intensificar ainda mais.

Donald Trump deve anunciar novas tarifas ainda nesta quarta-feira (12), e, com isso, dar continuidade à política de protecionismo econômico de sua administração.

Durante o final de semana, o presidente norte-americano já havia antecipado que estava preparando medidas para estabelecer uma reciprocidade tarifária com países que impõem impostos sobre produtos norte-americanos.

O mercado agora aguarda com atenção os próximos passos do governo dos Estados Unidos, que podem impactar ainda mais o cenário econômico global e influenciar as projeções para a inflação ao longo do ano.