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Jerome Powell diz que não deixará o Fed, mesmo se Trump solicitar

Powell, que já enfrentou divergências com Trump, tem mandato até 2026

Jerome Powell diz que não deixará o Fed, mesmo se Trump solicitar

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, declarou nesta quinta-feira, 7, que não deixará o cargo caso o presidente eleito Donald Trump solicite sua renúncia.

A declaração foi feita durante uma entrevista coletiva, após o anúncio da decisão do Fed de reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual.

Powell reafirmou que sua saída antecipada não seria permitida por lei, garantindo assim sua permanência no cargo até o fim do mandato, previsto para 2026.

Powell, que foi nomeado inicialmente por Trump, já teve divergências com o republicano no passado.

Durante a campanha presidencial deste ano, Trump fez críticas ao Fed e à gestão de Powell, afirmando em entrevista à Bloomberg TV que o banco central é tratado “como se fosse um Deus”.

Ele também sugeriu que, se eleito, teria o direito de opinar sobre as políticas de juros, mas esclareceu que não se considerava autorizado a ordenar um ajuste direto.

Cortes de juros e independência do Fed

A decisão do Fed de reduzir a taxa básica em 0,25 ponto percentual representa o segundo corte consecutivo. Em setembro, o banco central havia promovido um corte de 0,5 ponto percentual, visando evitar fragilidades no mercado de trabalho.

Embora esperado pelo mercado, o movimento marca uma desaceleração no ritmo de redução dos juros nos Estados Unidos.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), responsável pelas decisões de política monetária do Fed, afirmou que a economia americana segue em “ritmo sólido”, apesar de um leve “afrouxamento” nas condições do mercado de trabalho.

A inflação continua sendo descrita como “um pouco elevada”.

Powell enfatizou que o Fed não leva em consideração o resultado das eleições na formulação de sua política monetária.

“No curto prazo, a eleição não terá efeitos sobre nossas decisões”, afirmou, acrescentando que o banco central mantém seu foco em dados econômicos e não nas possíveis políticas de uma nova administração.

“Não adivinhamos, não especulamos e não assumimos”, completou.

Contexto internacional e políticas econômicas globais

A redução na taxa de juros do Fed acompanha um movimento de cortes nas principais economias mundiais.

Também nesta quinta-feira, o Banco da Inglaterra cortou sua taxa de juros em 0,25 ponto percentual, fixando-a em 4,75%.

Em outubro, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu sua taxa para 3,25%, acumulando três cortes consecutivos.

Em sentido contrário, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil elevou a taxa Selic para 11,25% na última quarta-feira, 6, refletindo uma preocupação com a inflação interna.

A decisão marca o segundo aumento seguido nos juros brasileiros, que buscam alinhar as expectativas inflacionárias à meta de 3%.

Jerome Powell, agora em seu segundo mandato como presidente do Fed, reafirma sua independência frente ao governo Trump, destacando que a instituição se mantém apartidária e comprometida com a estabilidade econômica dos Estados Unidos.

Com informações do jornal Folha de S.Paulo.