A Argentina está imersa em uma nova crise política desde que o presidente Javier Milei, conhecido por seu posicionamento liberal, publicou uma mensagem em suas redes sociais e promoveu a criptomoeda $LIBRA.
A postagem, realizada na última sexta-feira (14), desencadeou uma série de reações que vão desde pedidos de impeachment por parte da oposição até críticas de aliados próximos ao governo.
A publicação controversa
Na rede social X, Milei afirmou que o projeto privado $LIBRA visa fomentar o crescimento econômico argentino, especialmente entre pequenas empresas e empreendedores. “A Argentina Liberal cresce. Este projeto privado se dedica ao incentivo ao crescimento da economia argentina, financiando pequenas empresas e empreendimentos argentinos. O mundo quer investir na Argentina”, declarou o presidente, que anexou um link para interessados em investir.
Valorização e colapso da criptomoeda
A repercussão foi imediata. A criptomoeda, praticamente desconhecida até então, viu seu valor multiplicar por dez em poucas horas, a US$ 5 mil. Entretanto, o ativo sofreu um colapso vertiginoso logo após desenvolvedores venderem grande parte dos tokens, o que resultou em perdas significativas para milhares de investidores. O jornal argentino “La Nación” revelou que 80% dos ativos estavam com os desenvolvedores, que divulgaram o site da moeda minutos antes da publicação de Milei.
Milei apaga a mensagem e presta esclarecimentos
Diante da repercussão negativa, Milei apagou o post e justificou: “Não fui informado dos detalhes do projeto e logo que soube, decidi não seguir. Às ratas imundas da casta política que querem aproveitar esta situação para provocar danos, quero dizer que todos os dias confirmam quão rasteiros são os políticos”.
Oposição a Milei pressiona e pede investigações
Deputados da União pela Pátria classificaram o episódio como “fraude em criptomoedas” e iniciaram um pedido de impeachment. Até Mauricio Macri, ex-presidente e aliado de Milei, expressou preocupação.
Advogados apresentaram acusações de fraude, e afirmam que houve associação ilícita com envolvimento essencial do presidente.
Resposta do governo Milei
Em resposta, o governo criou uma força-tarefa investigativa e encaminhou o caso ao Escritório Anticorrupção para averiguar possíveis irregularidades. A presidência declarou que investiga qualquer conduta imprópria, inclusive a do próprio Milei.
Acusações adicionais
O bilionário Charles Hoskinson, cofundador do Ethereum (ETH), afirmou que pediram dinheiro para facilitar um encontro com Milei, o que levanta ainda mais suspeitas sobre o entorno do presidente argentino.