Incertezas sobre as tarifas

“Os mercados podem precisar tomar um remédio”, diz Trump — futuros de NY e Brent despencam

Por volta de 6:30, o S&P 500 recuava 3,5%, Nasdaq 100 caía 3,90% e Dow Jones perdia 3,40%

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Crédito: rawpixel.com / National Archives and Records Administration

Os índices futuros norte-americanos projetam nova sessão de liquidação nesta segunda-feira (7).

Por volta de 6:30, o S&P 500 recuava 3,5%, Nasdaq 100 caía 3,90% e Dow Jones perdia 3,40%.

O petróleo caiu cerca de 4%, negociado abaixo de US$ 60 o barril.

Na sexta-feira (4), o Nasdaq Composite entrou em mercado de baixa, e Wall Street perdeu mais de US$ 5 trilhões em valor de mercado em apenas dois dias – a pior semana desde março de 2020.

Apesar da pressão dos mercados, Trump sinalizou que não vai recuar das tarifas: “Os mercados podem precisar tomar um remédio”, disse, no domingo. As tarifas básicas de 10% já estão em vigor, com novas medidas previstas para quarta-feira (9).

Em aparições nos programas dominicais, membros do governo defenderam a postura de Donald Trump e buscaram arreferecer os temores por uma recessão, como apontaram os bancos norte-americanos Goldman Sachs e J.P. Morgan:

– Já o secretário de Comércio, Howard Lutnick, declarou que as tarifas “permanecerão em vigor por dias e semanas”.

– O secretário do Tesouro, Scott Bessent, negou que as tarifas provoquem recessão;

– O conselheiro econômico Kevin Hassett afirmou que mais de 50 países manifestaram interesse em negociar;

O J.P. Morgan foi o primeiro grande banco dos EUA a projetar uma recessão ainda em 2025, e reavaliou drasticamente suas expectativas de crescimento diante da escalada na guerra comercial.

Por que os índices futuros dos EUA caem tanto nesta segunda-feira (7)?

A intensificação da guerra de tarifas, liderada pelo governo norte-americano, e os temores de uma desaceleração econômica global provocaram reações em cadeia, levaram as bolsas da Ásia ao pior desempenho desde o início da pandemia de COVID-19, em março de 2020.

Presidente dos EUA nega responsabilidade por queda, mas evita previsões

Durante entrevista a bordo do Air Force One na noite de domingo (6), o presidente dos EUA, Donald Trump, foi questionado sobre o colapso dos mercados globais. Ele se esquivou de responsabilizações diretas: O que vai acontecer com o mercado? Não posso dizer, disse Trump. Mas posso dizer, nosso país ficou muito mais forte e, eventualmente, vai ser um país como nenhum outro.

A reação da China às tarifas norte-americanas acentuou as perdas desde a última sexta-feira (4).

O Ministério do Comércio chinês anunciou uma tarifa de 34% sobre produtos dos EUA a partir de 10 de abril, que equipararam-se às taxas impostas pelos norte-americanos.

Nesta segunda-feira (7), as bolsas chinesas acompanharam o pânico global:

  • – o índice Hang Seng, de Hong Kong, recuou 10,5% e zerou os ganhos de 2025, além de ter caminhado para sua maior queda diária desde a crise financeira de 2008.

O último contra-ataque da China foi amplo e decisivo, o que gerou temores de que os EUA iniciaram uma guerra comercial global que leva a uma recessão”, afirmou a equipe de Pesquisa do UOB.

O índice Hang Seng Tech caiu 11,00%, com perdas de empresas como Sunny Optical (-17,0%), Lenovo (-17,0%), China Hongqiao (-16,0%) e Zijin Mining (-13,0%).

Na China continental, os índices de Xangai e Shenzhen caíram 5,8% e 8,2%, respectivamente.