A maior economia global está à beira de uma recessão? Os sinais recentes da economia dos Estados Unidos sugerem uma possível recessão, e muitos analistas preveem que o país possa entrar em recessão no início do próximo ano.
As preocupações com uma recessão crescem, e o mercado financeiro especula possíveis ações do Federal Reserve, que deve intensificar suas comunicações públicas na próxima semana.
O aumento da taxa de desemprego para 4,30%, como apontado pelo relatório Payroll divulgado na última sexta-feira (2), gera preocupações sobre um mercado de trabalho enfraquecido e a vulnerabilidade da economia à recessão.
Durante o último ano, o Federal Reserve (Fed) manteve a taxa de juros de referência em seu nível mais alto em vinte e três anos, na faixa de 5,25% e 5,50%. Analistas temem que essa política monetária rigorosa possa ter empurrado a economia norte-americano para uma recessão.
O Indicador de Recessão da Regra Sahm ultrapassou o limite de 0,50, o que, historicamente, sinalizou o início de recessões nos EUA.
Embora dados importantes devam ser divulgados antes da reunião de 18 de setembro, uma aceleração no crescimento do emprego em agosto pode reforçar a argumentação para um corte de 0,50 p.p..
No entanto, o consenso atual sugere uma redução de 0,25 p.p.. O estrategista de taxas da Bloomberg, Simon White, observou ao The Economic Times que o mercado pode ter iniciado a antecipação de uma recessão que pode não ocorrer antes do ano que vem, no mínimo.
Brian Jacobsen, economista-chefe da Annex Wealth Management, por sua vez, observou que desaceleração econômica pode tornar um corte na taxa em setembro insuficiente.
“Eles podem precisar implementar uma redução mais substancial do que o corte típico de um quarto de ponto percentual para evitar uma recessão”, comentou.
O recente relatório de empregos pode levar as autoridades de política monetária a reconsiderarem se as políticas atuais esfriaram excessivamente o mercado de trabalho.
A participação na força de trabalho em julho aumentou, contudo, com mais pessoas empregadas ou ativamente em busca de trabalho.
Apesar disso, a desaceleração do mercado de trabalho se deve principalmente à diminuição das contratações, e não ao aumento das demissões, com as contratações em queda para o nível mais baixo em quatro anos em junho.
Em julho, o crescimento dos salários médios por hora foi de 3,6% em comparação com o ano anterior, ligeiramente abaixo do aumento de 3,8% em junho.
O Federal Reserve normalmente considera o crescimento salarial entre 3,00% e 3,50% como consistente com sua meta de inflação de 2%.
Em 2024, empresas nos Estados Unidos continuaram a cortar empregos após demissões significativas no ano anterior. A tendência persiste apesar da diminuição das preocupações com a recessão, pois a posição do Federal Reserve sobre cortes nas taxas de juros básicos continua incerta.
Esta matéria contém informações de The Economic Times.