
As novas tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, entraram em vigor nesta quarta-feira (9), atingem dezenas de países e agravam a guerra comercial global. O destaque vai para a tarifa de 104% aplicada às importações da China, considerada uma das maiores já anunciadas.
Ao todo, cerca de 60 parceiros comerciais foram afetados por taxas adicionais que variam entre 11,00% e 50,00%.
No caso da China, no entanto, o percentual foi elevado drasticamente, e soma-se à sobretaxa de 20% aplicada desde janeiro e aos 34% anunciados na semana anterior, que culminam em um adicional de 50% como resposta à retaliação chinesa.
“A ameaça dos Estados Unidos de aumentar as tarifas contra a China expõe mais uma vez a natureza chantagista de Washington“, declarou um porta-voz do Ministério do Comércio chinês.
A resposta de Pequim veio com a imposição de uma tarifa de 34% sobre produtos americanos, com vigência a partir de quinta-feira (10).
Apesar do embate tarifário, algumas bolsas asiáticas conseguiram fechar em alta.
- – O índice CSI 1000 registrou avanço de 2,2% enquanto o SZSE Component subiu 1,2% e o Xangai, 1,30%.
- – Em contrapartida, o índice japonês Nikkei caiu 3,78%, o Topix recuou 3,40% e o sul-coreano Kospi, 1,74%.
Na Europa, as principais bolsas também reagiram negativamente. Por volta das 6:20, a Alemanha caía 2,08%, a França, -2,18%, o Reino Unido, -2,2%, a Itália, -1,96%, a Espanha, -1,8%, e a Suíça liderava as perdas com queda de 4%.
Trump justificou as medidas com base na necessidade de proteger a indústria americana. “Eu os chamo de acordos sob medida, não à la carte, são sob medida, muito sob medida“, declarou.
Segundo ele, as tarifas visam conter o que chamou de “saque” contra os EUA por parte de seus parceiros comerciais.
Desde o dia 2 de abril, quando as tarifas foram anunciadas, o mercado financeiro global passou a registrar forte volatilidade.
Investidores perderam bilhões de dólares em meio à insegurança gerada pelo conflito comercial.
A tarifa universal de 10% aplicada inicialmente passou a ser majorada conforme o país afetado, e a União Europeia enfrenta uma taxa de 20% e o Vietnã, 46%.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que Trump “não vai mais permitir que trabalhadores e companhias norte-americanas sejam roubados nas mãos de práticas comerciais fraudulentas“.
O governo norte-americano diz continuar aberto a negociações, e o principal assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, declarou que a orientação de Trump foi priorizar aliados como Japão e Coreia do Sul.
A União Europeia prometeu apresentar uma resposta “no início da próxima semana“. Analistas alertam para os riscos de inflação, desemprego e desaceleração econômica global.