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Fitch reduz expectativa de crescimento do Brasil em 2023 para 3,0%, mas amplia projeção para 2024

Reajuste nas previsões para o Produto Interno Bruto leva em conta desaceleração recente da economia brasileira

- REUTERS/Bruno Domingos
- REUTERS/Bruno Domingos

A agência de classificação de risco Fitch reajustou suas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, com uma redução na expectativa de crescimento para o ano de 2023, enquanto projetou números um pouco mais otimistas para os anos seguintes.

Segundo o relatório divulgado pela Fitch, a projeção para o crescimento do PIB brasileiro em 2023 foi rebaixada para 3,0%, ante a estimativa anterior de 3,2% divulgada em setembro. Por outro lado, a agência aumentou a previsão para 2024 de 1,3% para 1,5%, mantendo a taxa de expansão esperada para 2025 em 2,1%.

A análise da Fitch aponta que a desaceleração recente da economia brasileira se deve, em parte, ao patamar ainda elevado da taxa básica de juros, a Selic, e ao término da colheita de uma safra robusta no corrente ano.

No entanto, a atividade econômica continua sustentada pelo consumo, impulsionado por um mercado de trabalho resiliente, recuperação dos salários e estímulos provenientes dos gastos do setor público.

A Fitch ressaltou que o investimento representa um ponto de fragilidade, projetando uma contração de 3,4% para o ano de 2023.

Para o próximo ano, a expectativa é de desaceleração do crescimento devido à normalização da produção agrícola, mas a demanda doméstica deve continuar como um fator favorável.

"A previsão é de que o consumo permaneça apoiado pela força do mercado de trabalho, e a política monetária menos restritiva pode equilibrar os efeitos de um moderado aperto fiscal", afirmou a Fitch.

A agência de classificação de risco também estima que o Banco Central anunciará um novo corte de 0,50 ponto percentual na Selic na semana seguinte, levando a taxa a 11,75% ao ano, e prevê uma redução para 9,0% até o final de 2024.

Entretanto, a Fitch pondera que o Banco Central pode adotar uma abordagem mais cautelosa se a crescente incerteza no cenário fiscal ou eventos globais afetarem as expectativas de inflação.

Sobre a inflação, a Fitch observa que, embora tenha acelerado nos últimos 12 meses, passando de 3,2% em junho para 4,7% em outubro, esse aumento foi principalmente reflexo da base de comparação baixa do ano anterior, quando houve redução nos impostos sobre combustíveis.

"A recente leitura indica pouca inércia, com o núcleo da inflação, desconsiderando os efeitos dos preços dos combustíveis, mantendo-se em queda, atingindo 4,3% ao ano.

No entanto, a inflação de serviços demonstra uma resistência um pouco maior", apontou a Fitch, ajustando sua previsão de inflação para 4,5% este ano, ante os 4,9% estimados anteriormente. Para 2024, a estimativa permanece em 4,0%.