Economia

Gabriel Galípolo assume o Banco Central com pressões por juros altos

As previsões de aumento da Selic são de 15% até junho de 2025

Gabriel Galípolo

Gabriel Galípolo, novo presidente do Banco Central (BC), assumiu o seu cargo neste começo de 2025.

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Galípolo tem diante de si um cenário de polêmicas em torno da política monetária brasileira, com previsões de altas consecutivas na taxa básica de juros, a Selic, e intensas críticas do Partido dos Trabalhadores (PT).

Alta da Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que aumentará a Selic em 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões, elevando-a dos atuais 12,25% para 14,25% ao ano até março.

Além disso, as projeções de agentes financeiros sugerem que a Selic poderá atingir 15% em junho de 2025 antes de iniciar cortes no segundo semestre.

O cenário contrasta com as expectativas de setores do governo Lula, que defendem uma política monetária menos restritiva para estimular o crescimento econômico.

Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), os juros reais brasileiros estão entre os mais altos do mundo, com uma taxa anualizada de 9,48% no cálculo “ex-ante”.

Críticas internas ao Banco Central e transição de comando

A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), é uma das vozes mais críticas ao BC. Ela declarou que é necessária uma nova política monetária para o Brasil, e acusou o ex-presidente do BC, Roberto Campos Neto, de “terrorismo” ao manter juros altos durante sua gestão.

Apesar disso, Galípolo descreveu a transição como um processo amistoso.

Galípolo, que já participou de 12 reuniões do Copom como diretor, votou da mesma forma que Campos Neto em 11 delas. Isso reforça a percepção de continuidade na política monetária, mesmo com alterações na composição do colegiado.

Embora ainda não haja indícios de mudança na linha adotada pelo BC, Galípolo declarou que o Copom não é guiado por “posts em redes sociais”. Ele afirmou ainda que as decisões são baseadas em fundamentos econômicos.

No entanto, ele deverá equilibrar as demandas do governo por crescimento com a necessidade de conter a inflação, mantendo a credibilidade do BC no mercado.

Com informações de Poder360.