Medida Provisória

Crédito consignado para CLT: Haddad anuncia MP para reduzir juros

Ministro Fernando Haddad anuncia nova MP para reformular crédito consignado e reduzir juros para trabalhadores da iniciativa privada

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Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Crédito: Getty Images

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prepara uma nova medida provisória para reformular o crédito consignado destinado a trabalhadores formais. A informação foi confirmada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta segunda-feira (24), durante um evento na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo. 

De acordo com o ministro, a iniciativa será oficializada após o Carnaval com o intuito de diminuir os juros dessa modalidade de empréstimo.

Nova modalidade de crédito consignado

Haddad destacou que servidores públicos e aposentados já contam com essa linha de crédito com melhores taxas, enquanto os trabalhadores da iniciativa privada enfrentam condições menos favoráveis. 

Porém, a nova regulação pretende mudar esse cenário, permitindo juros menores para quem trabalha sob o regime da CLT. “Isso vai ajudar muita gente a pagar menos juros, porque hoje a pessoa hoje acaba, por necessidade, recorrendo a um crédito muito caro, e isso vai mudar”, afirmou. 

A grande novidade é a vinculação do crédito consignado ao e-Social, plataforma que registra informações trabalhistas. 

Redução de juros 

Hoje, a taxa média de juros do crédito consignado para trabalhadores do setor privado é de 40,8% ao ano, muito superior aos 23,8% cobrados de servidores públicos e aos 21,9% destinados a aposentados e pensionistas do INSS. 

O governo espera que a nova regulamentação reduza esses juros. De acordo com Haddad, a estimativa é “com o tempo, essa taxa possa cair a menos da metade”. A previsão é que a nova linha de crédito esteja disponível em até 90 dias. 

Impacto do saque-aniversário do FGTS

O ministro também abordou o impacto do saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) sobre o crédito consignado. 

Criado em 2020, esse mecanismo possibilita que trabalhadores saquem parte do fundo anualmente no mês do aniversário, mas impede a retirada integral do saldo em caso de demissão sem justa causa.

Para ele, essa modalidade levou muitas pessoas ao erro e “criou muito desconforto entre os trabalhadores que não foram alertados disso”. 

No entanto, o ministro disse que o governo Lula prepara uma “regra de transição” para liberar o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para trabalhadores que optaram pelo saque-aniversário.

“Sem mexer no saque-aniversário, vamos oferecer o consignado do setor privado e criar uma regra de transição para quem ficou com o dinheiro preso. Mas vai valer somente como transição”, explicou Haddad.