O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, afirmou nesta segunda-feira (17) que o governo já percebe sinais de desaceleração da economia brasileira.
Segundo ele, é natural que 2025 apresente um crescimento inferior ao registrado nos últimos dois anos. A declaração foi feita durante um evento da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), em São Paulo.
Durigan destacou que alguns indicadores já apontam para essa tendência, como os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) no final de 2024 e os números de janeiro e fevereiro deste ano.
Além disso, ele ressaltou que a política monetária adotada pelo Banco Central, com um ciclo de juros ainda elevados, tem sido um fator desafiador para o crescimento econômico.
“A gente já tem percebido uma desaceleração da economia, os dados do Caged do fim do ano, alguns dados de janeiro e de fevereiro têm apontado para isso. É natural que 2025 tenha crescimento um pouco inferior ao que a gente viu nos dois anos anteriores”, afirmou Durigan.
Inflação e política monetária
A equipe econômica do governo tem apontado que um ritmo menor de crescimento pode contribuir para a redução da inflação.
No entanto, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem adotado uma abordagem cautelosa, enfatizando que é necessário mais tempo para avaliar se os recentes dados representam uma tendência consistente de desaceleração da economia ou apenas uma volatilidade pontual.
Durigan também mencionou a necessidade de maior estabilidade no câmbio e nas expectativas de mercado como um dos desafios para 2025.
Governo, ajuste fiscal e reforma do Imposto de Renda
Durante o evento, o secretário reafirmou o compromisso do governo com o ajuste fiscal. A meta é encerrar o mandato do presidente Lula, em 2026, com um superávit primário e alcançar o grau de investimento nas agências de classificação de risco.
Outro ponto destacado foi a reforma do Imposto de Renda, que será apresentada em breve. Segundo Durigan, a proposta do governo será tecnicamente viável e manterá o equilíbrio fiscal.
Entre as medidas previstas, está a isenção do tributo para quem recebe até R$ 5 mil mensais. Como contrapartida, um imposto mínimo de até 10% será aplicado sobre os mais ricos.
Durigan ainda explicou que o texto da reforma levará em conta o que já é pago por empresas, para evitar sobrecarga tributária para aquelas que já cumprem suas obrigações.
No entanto, ele indicou que sócios de companhias que pagam menos tributos que a média poderão ser mais cobrados.
Com informações de CNN.