Segunda-feira difícil

Ibovespa, dólar e juros enfrentam volatilidade, com incertezas sobre tarifas — Ações no Brasil, na Europa e em NY, commodities e criptomoedas sofrem

Assessor da Casa Branca, Kevin Hassett, afirma que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia a possibilidade de suspender as tarifas por 90 dias para todos os países, com exceção da China

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Donald Trump - Dólar hoje
Trump e Putin anunciam acordo de paz para Ucrânia após conversa altamente produtiva. Presidente americano afirma que equipes iniciarão negociações imediatamente | Crédito: Reprodução

As bolsas da Ásia registraram quedas expressivas na noite de domingo (6), em reflexo aos temores globais desencadeados pelo anúncio de tarifas comerciais agressivas impostas pelo governo dos Estados Unidos (EUA), liderado por Donald Trump, e a subsequente retaliação da China. O movimento desencadeou uma grande aversão global ao risco.

O tarifaçode Trump, detalhado na semana anterior, impôs taxas elevadas sobre importações de diversos países, com destaque para nações asiáticas como China, Japão, Coreia do Sul e Taiwan.

A China respondeu com tarifas de 34% sobre produtos norte-americanos, e intensificou os receios de uma guerra comercial em larga escala que poderia desacelerar a economia global e aumentar a inflação. Esse cenário de incerteza levou a uma fuga de investidores para ativos seguros, como ouro, e derrubou os principais índices asiáticos.

Entretanto, por volta de 11:00 desta segunda-feira (7), o assessor da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia a possibilidade de suspender as tarifas por 90 dias para todos os países, com exceção da China.

Minutos depois, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou que essa pausa de 90 dias era notícia falsa. A desinformação, por óbvio, provocou oscilações fortes em ativos como o Ibovespa (IBOV).

Desempenho das principais bolsas na Ásia e na Oceania

Os principais índices do continente asiático e da Oceania sofreram perdas significativas no pregão que abriu na noite de domingo, 6 de abril (horário de Brasília), equivalente à manhã de segunda-feira, 7 de abril, na região:

  • Japão (Nikkei 225, Tóquio): caiu 7,83%, a 31.136,58 pontos, o menor nível desde outubro de 2023.
  • Hong Kong (Hang Seng): despencou 13,22%, a 19.828,30 pontos, a maior queda diária em 28 anos.
  • Coreia do Sul (Kospi, Seul): recuou 5,57%, a 2.328,20 pontos, também no menor patamar desde outubro de 2023.
  • Taiwan (Taiex): perdeu 9,70%, a 19.232,35 pontos.
  • China (Xangai Composto): caiu 7,34%, a 3.096,58 pontos, a maior queda desde fevereiro de 2020.
  • China (Shenzhen Composto): tombou 10,79%, a 1.777,37 pontos.
  • Austrália (S&P/ASX 200, Sydney): registrou queda de 4,23%, a 7.343,00 pontos, o pior dia desde março de 2020.

Os motivos principais para esse desempenho negativo incluem:

  1. Tarifas de Trump: O anúncio de tarifas recíprocas elevadas, como 34% sobre produtos chineses e taxas específicas para outros países asiáticos (EX.: 24% para o Japão, 46% para o Vietnã), gerou temores de disrupção nas cadeias globais de suprimentos e redução da demanda por bens exportados pela Ásia.
  2. Retaliação da China: A resposta chinesa, com tarifas equivalentes sobre importações americanas a partir de 10 de abril, ampliou as preocupações com uma escalada protecionista, e afeta especialmente mercados dependentes do comércio com a China.
  3. Pânico global: A combinação de incerteza econômica, risco de recessão global e queda nos preços de commodities, como o petróleo (Brent caiu 6,78% para US$ 69,87 na semana anterior), pressionou os índices, e investidores venderam ações em massa.

Como Brasil, EUA e Europa operam ao longo desta manhã?

Na manhã desta segunda-feira, 7 de abril de 2025, às 11:35 (horário de Brasília), os mercados ocidentais operam em meio ao modo pânicoherdado da Ásia:

  • Nova York: Os futuros dos índices americanos apontam para uma abertura em forte baixa, em reflexo às perdas asiáticas e as tarifas. Na sexta-feira, 4 de abril, o Dow Jones caiu 5,50%, o S&P 500 recuou 5,97%, e o Nasdaq perdeu 5,82%. Hoje, Dow Jones cai cerca de 2,02%, o S&P 500 perde 1,56%, e o Nasdaq 100 recua 0,71%, e indicam a continuidade da pressão vendedora. Porém, a pressão tem sido menor após o assessor da Casa Branca, Kevin Hassett, afirmar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, avalia a possibilidade de suspender as tarifas por 90 dias para todos os países, com exceção da China.
      
  • Europa: As principais bolsas europeias operam com quedas acentuadas por volta das 11:35. O índice pan-europeu Stoxx 600 tomba 5%, a 471,44 pontos, após perdas de 8,4% na semana passada. Outros destaques incluem:
    • FTSE 100 (Londres): recua cerca de 3,5%.
    • DAX (Frankfurt): cai em torno de 4,8%.
    • CAC 40 (Paris): desvaloriza-se aproximadamente 4,5%.

  • Dólar: Na sexta-feira (4), o dólar comercial operou em alta, cotado a R$ 5,8350, após subir 3,68% naquele dia. Hoje, a moeda segue pressionada, e ronda R$ 5,86, refletindo a aversão ao risco global e a saída de capitais de emergentes.
  • Ibovespa (IBOV): O principal índice da B3, o Ibovespa (IBOV), abriu a segunda-feira, 7 de abril, em queda significativa. Após fechar sexta-feira a 127.000 pontos, com perda de quase 3%, o Ibovespa opera por volta das 11:35 em torno de 126 mil pontos, uma baixa de aproximadamente 0,74% na manhã, impactado pela correção global e pela dependência brasileira de exportações de commodities, como minério de ferro e petróleo, que seguem em baixa.