A taxa de desocupação (desemprego) no Brasil apresentou uma queda significativa, a 6,4% no trimestre que compreende os meses de julho a setembro de 2024.
Esse número representa uma redução de 0,50 ponto percentual em relação à taxa de desemprego no trimestre anterior, que registrou 6,90%, e uma queda ainda mais expressiva de 1,30 ponto percentual em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando a taxa era de 7,70%.
Este resultado foi considerado o segundo mais baixo desde o início da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012, atrás apenas da taxa de 6,30% registrada no trimestre encerrado em dezembro de 2013.
População desocupada e oportunidades de trabalho
O número total de pessoas desocupadas, ou seja, aquelas que estavam em busca de trabalho, caiu para 7,0 milhões.
Este foi o menor número de pessoas desocupadas desde o primeiro trimestre de 2015.
Essa queda representa um recuo de 7,2% no trimestre, o que equivale a 541.000 pessoas a menos em busca de emprego.
Na comparação anual, a redução foi ainda mais acentuada, com uma diminuição de 15,8%, ou 1,30 milhão de pessoas a menos em procura de trabalho.
O que diz o IBGE sobre a taxa de desemprego?
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “a trajetória de queda da desocupação resulta da contínua expansão dos contingentes de trabalhadores que estão sendo demandados por diversas atividades econômicas”.
Recorde no número de trabalhadores
O total de trabalhadores ocupados no Brasil alcançou a marca recorde de 103,0 milhões, um crescimento de 1,2% no trimestre, ou seja, um acréscimo de 1,2 milhão de trabalhadores.
Quando comparado ao mesmo período do ano anterior, esse número apurou um aumento de 3,2%, o que corresponde a mais 3,2 milhões de pessoas empregadas.
Setores que atenuam a taxa de desemprego
Os setores da Indústria e Comércio foram os principais responsáveis pelo aumento no número de ocupações durante este trimestre.
A Indústria registrou um crescimento de 3,2% em seu contingente de trabalhadores, enquanto o Comércio cresceu 1,50%.
Juntos, esses dois setores absorveram 709.000 novos trabalhadores no trimestre – 416.000 na Indústria e 291.00 no Comércio.
Notavelmente, o Comércio atingiu um recorde com 19,6 milhões de trabalhadores.
Explicação sobre o crescimento do emprego
Beringuy detalhou:
“O terceiro trimestre aponta para retenção ou crescimento de ocupados na maioria dos grupamentos de atividades. Em particular, a indústria registrou aumento do emprego com carteira assinada. Já no comércio, embora a carteira assinada também tenha sido incrementada, o crescimento predominante foi por meio do emprego sem carteira.”
Essa dinâmica sugere uma flexibilidade na contratação, com o setor privado adaptando-se às demandas do mercado.
Análise anual dos setores
Ao analisar os dados anualmente, sete grupamentos de atividades, incluídas Indústria, Construção, Comércio, Transporte, Informação e Comunicação, Administração e Outros Serviços, registraram aumento no número de ocupados.
Em contrapartida, dois setores, Alojamento e Alimentação e Serviços Domésticos, mantiveram estabilidade.
A única exceção foi a Agropecuária, que apresentou uma queda de 4,70% em sua população ocupada.
Recordes no setor privado e público atenuam taxa de desemprego
O número de empregados no setor privado atingiu 53,30 milhões, um novo recorde. Este setor experimentou uma alta de 2,20% no trimestre e de 5,30% no ano.
Dentre os registros, o número de empregados com carteira de trabalho assinada alcançou 39,0 milhões, enquanto o de trabalhadores sem carteira chegou a 14,30 milhões.
O trabalho com carteira assinada neste setor cresceu 1,50% no trimestre (mais 582.000 pessoas) e 4,3% no ano (mais 1.600.000 de pessoas).
No setor público, o número de empregados atingiu a marca de 12,8 milhões, estável no trimestre e em alta de 4,6% (mais 568 mil pessoas) em comparação ao ano anterior.
Este aumento foi impulsionado, principalmente, pelo grupo de servidores sem carteira assinada, que apresentou um crescimento de 4,2% no trimestre e 9,10% no ano.
Rendimento e massa de rendimentos
O rendimento médio real dos trabalhadores ocupados foi de R$ 3.227,00 no trimestre encerrado em agosto, sem variações estatisticamente significativas em relação ao trimestre anterior, mas com um aumento de 3,70% se comparado ao mesmo trimestre do ano anterior.
A soma das remunerações de todos os trabalhadores, conhecida como massa de rendimentos, alcançou R$ 327,70 bilhões, em estabilidade no trimestre e um crescimento de 7,2% na comparação anual.